ECONOMIA
Investidor da Bolsa inicia dia na defensiva à espera de novidades de Petrobras
Sem notícias animadoras no âmbito doméstico, o Ibovespa iniciou o dia na defensiva. A expectativa dos investidores por novas informações envolvendo a Petrobras no caso do diesel e avaliação sobre a votação simbólica da admissibilidade da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do Orçamento impositivo, que pode atrasar a reforma previdenciária, devem nortear os negócios.
O Ibovespa caia 0,16%, às 10h13 desta terça-feira, 16, abaixo dos 93 mil pontos (92.935,18 pontos), apesar do tom modestamente positivo no exterior. Ontem, o índice da B3 subiu 0,22%, aos 93.082,97 pontos.
As notícias domésticas, pontua Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença DTVM, são todas ruins. "A possibilidade de mudança nos preços da estatal é uma delas e, a outra, é que inverteram a pauta, ao avançarem no Orçamento impositivo. Além de indicar atraso na reforma da Previdência, pode ter mudanças texto já na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara", avalia.
Na segunda à noite, a CCJ aprovou, em votação simbólica, a admissibilidade da PEC do Orçamento impositivo. A CCJ volta a se reunir esta manhã.
Já no caso da Petrobras, o debate recai sobre a possibilidade de alteração na política de preços da empresa e ainda quanto a medidas para os caminhoneiros, depois que a companhia recuou na decisão de subir os preços do diesel, a pedido do governo.
Às 11 horas, está prevista entrevista coletiva da Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República, para anunciar medidas ao setor de transporte rodoviário, que inclui caminhoneiros. À tarde, às 16h30, o tema sobre o diesel será debatido entre Bolsonaro, o presidente da companhia e outros membros do governo.
"As atenções estarão voltadas para a reunião do presidente com ministros e diretores da Petrobras para discutir a política de preços da empresa. O risco é que o governo adote medidas que prejudiquem ou a empresa ou as contas públicas", alerta em nota a MCM Consultores.
Ainda envolvendo a estatal, Monteiro, da Renascença, cita a possibilidade de a Caixa adiar a oferta de ações da Petrobras, após o imbróglio causado pelo diesel. "É outro fator a impor viés de queda na Bolsa", diz. Os papéis da companhia, que perdeu R$ 32 bilhões em valor de mercado, bem que tentaram apagar as perdas de mais de 8% da sexta-feira, mas ontem PN encerrou com alta de apenas 0,3% e ON caiu.
O economista Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria Integrada, também reconhece que o imbróglio em torno da política de preços da Petrobras favorece a postura defensiva. Entretanto, o sentimento de que a reforma previdenciária irá avançar, apesar das dificuldades, pode dar certo alento. "As palavras de ontem de Rodrigo Maia presidente da Câmara reforçam tal percepção. Com isso, os preços devem oscilar em intervalos estreitos." Conforme Maia, só de a proposta ter sido a primeira matéria que o governo encaminhou, mostra um avanço.