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ECONOMIA

Índice de Preços de Alimentos da FAO sobe 1,5% em abril ante março

09 Mai 2019 - 12h07Por Victor Rezende

O Índice de Preços de Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) alcançou média de 170 pontos em abril de 2019, avanço de 2,5 pontos (1,5%) em relação a março, no maior nível desde junho de 2018. Em relação a igual mês de 2018, o Índice registrou queda de 2,3%. Conforme comunicado da FAO, divulgado nesta quinta-feira, 9, o indicador foi apoiado pelos preços dos lácteos e da carne e, em menor escala, pelos óleos e açúcar, enquanto os preços de cereais destoaram dos demais.

O subíndice de preços dos Cereais registrou média de 160,0 pontos em abril, um recuo de 4,7 pontos (2,8%) em relação ao mês anterior e praticamente estável ante igual mês do ano passado. "Entre os cereais, os preços do trigo caíram mais em abril, influenciados pelas perspectivas de uma forte recuperação na produção de 2019, em meio a grandes estoques exportáveis", apontou a FAO. De acordo com a organização, o índice de preços do milho também registrou recuo devido à maior produção na América do Sul, enquanto os preços do arroz "permaneceram estáveis em abril diante de tendências divergentes nos vários segmentos e origens do mercado".

O levantamento mensal da FAO também apontou que o Índice de Preços do Óleo Vegetal registrou média de 128,7 pontos em abril, alta de 1,1 ponto (0,9%) em comparação com março, "refletindo, principalmente, pequenos aumentos nos valores do óleo de palma e soja", apontou a entidade. De acordo com a FAO, os preços internacionais do óleo de palma se recuperaram um pouco com a crescente demanda global de importação combinada com a redução de estoques nos principais países exportadores. Além disso, a FAO indicou que os preços da soja aumentaram, "sustentados, principalmente, pela robusta demanda doméstica nos Estados Unidos, oriunda dos setores de biodiesel e alimentos". A organização também informou que o fortalecimento dos preços do petróleo apoiou os preços internacionais do óleo vegetal.

Na sondagem mensal da FAO, o Índice de Preços da Carne apresentou média de 169,0 pontos em abril, o que indica avanço de 3,0% (4,9 pontos) em relação a março, "com aumentos mensais de preços registrados para carne suína e bovina e, mais moderadamente, para carnes de aves e ovinos". O documento da organização mostrou, ainda, que "as cotações internacionais de carne suína aumentaram acentuadamente devido a um aumento na demanda de importação na Ásia, principalmente na China, causada por uma queda acentuada na produção de carne suína do país associada à rápida disseminação da peste suína africana (ASF, na sigla em inglês)". Além disso, segundo a FAO, os preços da carne bovina, de aves e ovina refletiram um aperto geral nos mercados globais de carnes.

Já o Índice de Preços de Laticínios registrou média de 215,0 pontos em abril, alta de 10,7 pontos (5,2%) do registrado em março, marcando o quarto mês consecutivo de avanço. No mês passado, as cotações internacionais de manteiga, leite em pó integral e do queijo subiram, com apoio da demanda por importações em antecipação a um aperto nas disponibilidades de exportações da Oceania, decorrentes de um declínio sazonal na produção de leite. "Por outro lado, os preços do leite em pó desnatado caíram pelo segundo mês consecutivo em relação à alta de fevereiro, refletindo uma desaceleração na demanda", apontou a FAO.

A organização calculou, ainda, que o subíndice de preços do açúcar ficou, em média, em 181,7 pontos em abril, avanço de 1,4 ponto (0,8%) em relação a março e, agora, 3,2% acima do valor verificado em abril de 2018. De acordo com a FAO, o aumento mais recente nos preços do açúcar foi impulsionado pelos preços mais sólidos do petróleo cru. "Os preços mais fortes de energia apoiam os preços internacionais do açúcar, afetando as exportações brasileiras de açúcar para o mercado mundial, uma vez que os preços mais altos de energia incentivam os produtores a processarem a cana-de-açúcar em etanol para venda local", disse o relatório.

Contudo, segundo a FAO, a contínua valorização do dólar ante o real limitou a extensão do aumento das cotações internacionais de preços do açúcar.

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