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ECONOMIA

Ibovespa cai 3,57% com derrota do governo na Câmara

27 Mar 2019 - 19h22Por Paula Dias

A derrota imposta na terça-feira, à noite ao governo pela Câmara dos Deputados acendeu a luz amarela no mercado brasileiro de ações, o que levou o Índice Bovespa a uma queda de 3,57%, aos 91.903,40 pontos, na mínima do dia. Esta é a menor pontuação do índice desde 7 de janeiro. A aprovação do Orçamento Impositivo por expressiva maioria, contrariando o interesse da equipe econômica, foi interpretada como um sinal de que o governo corre o risco de ver a reforma da Previdência demorar mais que o esperado e, na pior das hipóteses, passar por forte desidratação.

Segundo profissionais das mesas de operações, as ordens de venda foram lideradas por grandes corretoras estrangeiras - as mesmas que haviam comandado a alta de 1,76% na véspera. Das 65 ações que compõem a carteira teórica do Ibovespa, apenas Suzano ON fechou em alta (+1,87%), impactada pela alta de 2,24% do dólar à vista. As quedas mais expressivas ficaram com papéis que refletem o risco político, como estatais e bancos. Petrobras ON e PN perderam 4,64% e 4,51%. Banco do Brasil ON cedeu 5,54% e Eletrobras ON e PNB terminaram o dia com desvalorização de 7,23% e 5,85%.

"A bolsa refletiu principalmente a fraqueza do governo na articulação política. A derrota na Câmara gera incerteza e a percepção de que a reforma da Previdência poderá ser mais fatiada que o esperado. O que antes era lua-de-mel agora é precificação de fraqueza", disse Guilherme Macêdo, sócio da Vokin Investimentos. Segundo ele, ganha força no mercado a possibilidade de o Congresso colocar em votação a proposta de reforma da Previdência do ex-presidente Michel Temer, como já foi sinalizado.

Para Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset, a reação do mercado precifica mais a questão do tempo de tramitação da reforma do que o seu conteúdo. Ele acredita que a economia de R$ 1 trilhão em dez anos exigida por Paulo Guedes ainda é factível. No entanto, será necessário para isso que haja mudança na relação do governo com o Congresso e maior integração dentro do próprio governo.

"O episódio deixou nítida a necessidade de o governo mudar sua forma de fazer as coisas. Por enquanto o risco ainda diz respeito ao 'quando' da reforma. Se a crise não for contornada, o mercado passará a precificar o 'se'", afirma o economista. Sobre a participação de Paulo Guedes na CAE, Vieira considerou essencialmente positiva, mas incapaz de promover uma reversão do quadro. "Guedes falou coisas importantes, mas nada de substancial", afirmou.

O cenário internacional esteve em segundo plano ao longo do dia, mas deu sua contribuição negativa, ressalvaram os analistas. O temor de desaceleração global manteve as bolsas de Nova York no negativo e o dólar se fortaleceu ante diversas moedas pelo mundo.

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