ECONOMIA
Ibovespa abre em queda, em linha com NY e com cautela sobre Previdência
O Ibovespa é negociado em queda moderada nesta volta de feriadão em que é esperada liquidez baixa e cautela do investidor com a cena local. A depreciação do índice brasileiro assemelha-se à variação dos índices acionários futuros em Nova York, onde o investidor assimila a possibilidade de ganhar força a pressão democrata a favor de um pedido de impeachment contra o presidente do Estados Unidos, Donald Trump.
A cena doméstica ainda induz o investidor a movimentações cautelosas. Segue muito grande a incerteza com o andamento da reforma da Previdência - está marcada para terça-feira a votação sobre a admissibilidade do projeto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) - e também sobre a possibilidade de haver ou não uma greve dos caminhoneiros - mesmo depois das medidas anunciadas pelo governo Bolsonaro na semana passada.
Além disso, os agentes econômicos observam a fragilidades na coesão do Poder Executivo em prol da agenda liberal do governo Bolsonaro. Gerou mal-estar um áudio do ministro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que teria sugerido que o Planalto teria ingerência sobre a Petrobras no atual momento em que o próprio líder do PSL na Câmara dos Deputados, Delegado Waldir (GO), afirma publicamente que o governo não tem base no Congresso.
A queda do principal índice de ações brasileiras só não é maior porque a forte alta do contratos futuros do petróleo sustenta a valorização - ainda tímida - dos papéis da Petrobras. Blue chips de grandes bancos e da Vale estão em queda.
Os barris do óleo do tipo Brent e do tipo WTI sobem mais de 2% por conta da pressão dos Estados Unidos contra países importadores da commodity do Irã. No período da manhã, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, confirmou em coletiva de imprensa que o fim da isenção concedida a oito países às sanções ao Irã será aplicada a partir do dia 2 de maio. A isenção expiraria no início do mês que vem.
Às 10h27, o Ibovespa caía 0,27% aos 94.324 pontos. O contrato para junho do barril de petróleo do tipo Brent subia 2,40%. O futuro do Dow Jones recuava 0,30% em Nova York.