transito
ECONOMIA

Dólar volta a subir e vai a R$ 3,75 com dúvidas sobre Previdência e exterior

13 Fev 2019 - 19h39Por Altamiro Silva Junior

O câmbio voltou a piorar nesta quarta-feira, 13, e o dólar terminou em alta de 1,04%, a R$ 3,7533. O fortalecimento da moeda americana no exterior, contrastando com a fraqueza observada na terça, e preocupações com os rumos da reforma da Previdência estão entre os fatores que fizeram os investidores buscarem proteção no dólar. O real foi a segunda moeda que mais perdeu valor ante a divisa dos Estados Unidos nesta quarta-feira, atrás apenas do rand, da África do Sul, onde o dólar subiu quase 2%.

No mercado doméstico, o foco se manteve na reforma da Previdência. A agência de classificação de risco Moody's acredita que o governo de Jair Bolsonaro conseguirá aprovar "algum tipo de reforma" no Congresso, mas não antes do terceiro trimestre. A previsão dos analistas Samar Maziad, Patrick Cooper e Mauro Leos, que assinam o relatório, é que Bolsonaro consiga aprovar uma reforma que gere economia fiscal na casa dos R$ 600 bilhões a R$ 800 bilhões em 10 anos. Um texto com economia menor que esse patamar pode ser negativo para o perfil de crédito soberano do Brasil, alertam eles.

Para o gerente de operações da B&T Corretora, Marcos Trabbold, era de se esperar que com a alta de Bolsonaro nesta quarta do hospital, após 17 dias internado, o câmbio ficasse menos pressionado, pois a expectativa é que agora a reforma comece de fato a andar. Mas o que ocorreu foi o oposto, talvez, avalia ele, porque a percepção é de que o texto pode demorar mais que o esperado para avançar no Congresso. "Não é uma reforma rápida, a tramitação leva tempo."

Os estrategistas da gestora inglesa Ashmore avaliam que as deterioradas contas fiscais brasileiras, pela falta de uma reforma da Previdência, permanecem como maior obstáculo para uma volta firme dos investimentos estrangeiros no Brasil. Para eles, é positivo que a equipe econômica tenha metas ambiciosas para a reforma, embora as negociações no Congresso devem certamente desidratar o texto original.

Para o diretor de uma corretora paulista, após o dólar cair 1,33% na terça, o segundo maior recuo do ano, uma correção nesta quarta era esperada, especialmente sem fator novos sobre a Previdência e com um exterior negativo. O dia no mercado financeiro internacional foi de fuga de ativos de risco. Um dos indicativos é que o índice DXY, que mede o comportamento do dólar ante uma cesta de moedas fortes, voltou a subir e a operar próximo ao pico de 2018, batido em dezembro.

Matérias Relacionadas

Economia

Estado volta a ser destaque em pauta de exportação de bens de capital

O segmento mostrou valorização nos preços médios de janeiro a março na comparação com o primeiro trimestre de 2023, segundo análise do Observatório FIESC.
Estado volta a ser destaque em pauta de exportação de bens de capital
Economia

Senado aprova isenção de IR para quem ganha até dois salários mínimos

Aprovado na Câmara, texto irá à sanção presidencial
Senado aprova isenção de IR para quem ganha até dois salários mínimos
Economia

Governo propõe salário mínimo de R$ 1.502 em 2025

Reajuste segue previsão de 3,25% do INPC mais alta de 2,9% do PIB
Governo propõe salário mínimo de R$ 1.502 em 2025
Economia

Caixa libera abono do PIS/Pasep para nascidos em março e abril

Caixa pagará neste mês R$ 4 bilhões
Caixa libera abono do PIS/Pasep para nascidos em março e abril
Ver mais de Economia