ECONOMIA

Dólar sobe para R$ 3,95 com temor de piora na relação comercial China-EUA

09 Mai 2019 - 19h18Por Altamiro Silva Junior

O dólar bateu em R$ 3,98 nesta quinta-feira, 9, mas a valorização perdeu fôlego na parte da tarde e a moeda terminou em R$ 3,9519, em alta de 0,48%. O cenário externo foi o principal fator a pressionar o mercado de câmbio, por conta do impasse nas negociações comerciais entre a China e os Estados Unidos, que estão com nova rodada de reuniões em Washington. A declaração de Donald Trump no começo da tarde, de que tem alternativa "excelente" ao acordo comercial ajudou a acalmar os investidores, mas ainda assim o clima de aversão ao risco aumentou e os investidores buscaram proteção no dólar, que subiu ante boa parte de moedas emergentes.

Operadores relatam que o aumento da aversão ao risco levou à saída de dólar no país, sobretudo pela manhã, quando a moeda chegou a bater em R$ 3,9812. "Enquanto não tiver um cenário um pouco mais claro de para onde vai a questão comercial entre China e Estados Unidos, vai ter bastante volatilidade no mercado", afirma o chefe da mesa de câmbio da Frente Corretora, Fabrizio Velloni. Outro fator que contribui para deixar o investidor mais cauteloso é a consolidação da visão de que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve piorar. Na quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) reconheceu a fraqueza da atividade e nesta quinta fontes do governo ouvidas pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, admitem que o governo pode revisar para baixo a projeção do PIB. Em última instância, essa piora das projeções pode dificultar ainda mais a situação fiscal do governo, por causa da menor arrecadação, ressalta Velloni.

No cenário externo, o real foi uma das moedas que mais perderam valor nesta quinta ante o dólar, junto com o peso mexicano, a divisa da Indonésia e a moeda turca. O fundo de índice (ETF, na sigla em inglês) que replica moedas de emergentes, o WisdomTree Emerging Currency Strategy Fund, caiu 0,19% em Nova York, um termômetro da fraqueza destas moedas ante o dólar.

"O apetite por risco permanece baixo. No mercado de câmbio, investidores deixaram moedas de maior risco e procuraram as mais seguras, como o iene e o franco suíço", destaca o estrategista do Swissquote Bank, Arnaud Masset. Apesar da fala de Trump na tarde desta quinta, aumentou o temor de piora das relações comerciais entre as duas maiores economias do mundo, destaca ele. Entre moedas fortes, o dólar acabou caindo, como mostra o índice DXY, que cedeu 0,18%. O indicador mede a moeda americana ante seis divisas principais, como o euro.

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