ECONOMIA

Dólar sobe com agravamento das tensões comerciais entre China e EUA

13 Mai 2019 - 19h05Por Antonio Perez

O real foi engolfado na sessão desta segunda-feira, 13, pela onda de aversão ao risco que tomou conta dos mercados internacionais em meio agravamento das tensões comerciais sino-americanas. Na esteira do anúncio de que a China vai elevar tarifas de produtos americanos a partir de 1º de junho, em retaliação ao aumento anunciado pelos EUA na sexta-feira, investidores correram para a moeda americana.

Acompanhando o movimento global de moedas, o dólar à vista já abriu em alta por aqui, furando o teto de R$ 3,98, e rompeu a barreira dos R$ 4 ainda pela manhã, ao atingir máxima de R$ 4,0052. Foi o que bastou para que investidores comprados em dólar realizassem lucros e exportadores viessem ao mercado, amenizando a pressão de alta vinda do exterior.

Com os agentes já reposicionados ao ambiente global, o dólar passou a trabalhar com alta ao redor de 1% durante a tarde e, com uma leve perda de fôlego no fim da sessão, fechou a R$ 3,9795, em alta de 0,87%. Em maio, a moeda americana já acumula valorização de 1,49%. O giro no mercado à vista foi reduzido. Houve um volume levemente superior à média no mercado futuro, que, às 17h28, girava US$ 21 bilhões. Já o dólar para junho era negociado a R$ 3,9890, em alta de 0,78%.

Operadores notam que o mercado opera basicamente entre um piso de R$ 3,90 e um teto de R$ 4,00. As dúvida sobre a tramitação da reforma da Previdência no Congresso Nacional e as tensões externas impõem um viés "comprado" aos agentes. "Não há motivo para apostar no real no curto prazo. Mas também ninguém sustenta um dólar acima de R$ 4. Quando bate em R$ 4, as tesourarias correm para vender, é automático", afirma Marcos Trabbold, diretor da B&T Corretora, ressaltando que, apesar de todo o ruído no curto prazo, a mediana da previsão do mercado para o dólar no fim do ano, segundo o boletim Focus, ainda é de R$ 3,75.

Para o economista João Fernandes, da gestora de recursos Quantitas, o rebaixamento de previsões para o crescimento do PIB neste ano, em meio às dificuldades políticas do governo, tira fôlego do real ao afugentar investidores estrangeiros. Enquanto não houver um sinal mais claro de que uma reforma da Previdência com economia fiscal razoável será aprovada, a moeda brasileira não tem como se descolar do comportamento de outras divisas emergentes. Lá fora, o real não foi das moedas que mais perderam em relação ao dólar nesta segunda-feira. A lira turca, o peso colombiano e o rand sul-africano recuaram mais de 1% na comparação com a divisa americana.

"Vimos um movimento de risk-off que afetou todos os emergentes. A disputa entre China e Estados Unidos pode arrefecer no médio prazo, e o real melhorar junto com outros emergentes. Mas não vai ter uma performance melhor que outras divisas enquanto não houver um evento que afaste essa incerteza interna e melhore a perspectiva de crescimento da economia", diz Fernandes, ressaltando que, caso a reforma seja aprovada, é possível pensar em um dólar entre R$ 3,70 e R$ 3,80.

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