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ECONOMIA

Dólar fecha em queda e volta ao nível de R$ 3,95 com otimismo sobre Previdência

25 Abr 2019 - 18h58Por Antonio Perez

A percepção de que a tramitação da reforma da Previdência vai engrenar abriu espaço para uma recuperação expressiva do real na sessão desta quinta-feira, 25. O dólar até abriu em alta e rompeu o teto de R$ 4,00 nos primeiros negócios, dando sequência ao movimento ascendente de quarta-feira com o ambiente externo, mas perdeu fôlego ainda pela manhã com o anúncio da formação da comissão especial da Previdência na Câmara e a divulgação dos dados que embasam a proposta do governo. Com máxima de R$ 4,006 e mínima de R$ 3,9499, o dólar encerrou os negócios cotado a R$ 3,9554, em queda de 0,78%. Apesar do alívio, a moeda americana ainda acumula alta de 0,65% na semana.

Segundo operadores, diante de sinais de que o governo tenta acertar os ponteiros da articulação política, com elogios mútuos entre o presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), investidores desmontaram posições compradas na moeda americana. A entrada de exportadores na ponta da venda quando o teto de R$ 4 foi superado também teria ajudado a derrubar a moeda americana.

Depois da caminhada tortuosa da PEC na Câmara, houve surpresa com rapidez da instalação da comissão especial, que já tem presidente - deputado Marcelo Ramos (PR-AM) - relator - deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) - e até data para a primeira reunião para debater a proposta (7 de maio). Tanto Ramos quanto Moreira ressaltaram que vão trabalhar para aprovação da reforma no plenário da Câmara ainda no primeiro semestre, mas já adiantaram que pontos como alteração da aposentadoria rural e de professores, além do Benefício de Prestação Continuada (BPC) não devem vingar.

Dados divulgados pela equipe econômica elevaram a projeção para a economia proporcionada com a reforma em 10 anos - de R$ 1,072 trilhão para R$ 1,236 trilhão -, o que em tese traz uma espécie de "gordura" a mais para ser queimada em um previsível processo de diluição da proposta. Haveria menos risco, portanto, de que o valor final do impacto fiscal ficasse muito abaixo do R$ 1 trilhão almejado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Pela manhã, Bolsonaro afirmou que Guedes até aceitaria um número menor, de R$ 800 bilhões, mas voltou atrás no fim da tarde e afirmou que "não existe um dado mínimo".

Para Sidnei Nehme, diretor da NGO Corretora de Câmbio, com a ofensiva do governo pela Previdência, o mercado não teve alternativa a não ser desmontar posições compradas em dólar. "Não havia fundamento para o dólar a R$ 4, mesmo com a alta da moeda americana lá fora na quarta. A perspectiva é que o dólar ceda mais um pouco em relação ao real nos próximos dias", diz Nehme, acrescentando que parte do movimento especulativo contava com uma intervenção do Banco Central para encerrar operações com lucro. "Mas não há motivo para o BC intervir. Não há sinal de demanda por dólar, mas apenas uma especulação no mercado futuro".

Pela manhã, o diretor de política monetária do Banco Central, Bruno Serra, disse que o BC não persegue "nível ou tendência específicos para a taxa de câmbio, mas que pode atuar no mercado "caso identifique alguma anomalia em seu regular funcionamento".

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