IPTU
ECONOMIA

Correção: Com dívida de R$ 674 milhões, Saraiva pede recuperação judicial

23 Nov 2018 - 10h12Por Fernando Scheller

A matéria enviada anteriormente trazia uma incorreção no 6º parágrafo, ao dizer que o valor unitário do livro subiu 8% entre 2000 a 2017. Na verdade, o preço caiu 8% no período. Segue o texto corrigido.

A Livraria Saraiva, rede de varejo líder em venda de livros no País, pediu recuperação judicial nesta sexta-feira, 23. Com dívida de R$ 674 milhões, a companhia é a segunda empresa do setor em pouco mais de um mês a pedir proteção da Justiça para reestruturar débitos e tentar seguir em operação. A Livraria Cultura está em recuperação judicial desde o mês passado.

As dificuldades da Saraiva ficaram evidentes no início deste ano, quando a companhia atrasou pagamentos às editoras de livros - suas principais fornecedoras. A empresa voltou a ter dificuldades nos últimos meses, e foi iniciado um novo período de negociações. Após não conseguir fechar acordo, a companhia decidiu pela recuperação judicial.

No pedido feito à Justiça, a Saraiva lembrou que vem tentando reestruturar o próprio negócio - processo que está sendo tocado em conjunto com a consultoria Galeazzi & Associados. Recentemente, a companhia encerrou as atividades de 19 pontos de venda, sendo oito lojas tradicionais e 8 unidades iTown, que vendiam produtos de tecnologia da marca Apple. Neste processo, cortou 700 funcionários.

Outra medida tomada pela Saraiva foi a saída de categorias em que a rentabilidade é mais baixa - como a venda de produtos de tecnologia, na qual precisa bater de frente com pesos pesados como a Via Varejo (dona de marcas como Casas Bahia e Ponto Frio) e FastShop. A entrada no segmento foi decidida há alguns anos, como uma tentativa de "proteção" à perspectiva de queda nas vendas de livros.

"Neste movimento (a saída da área de tecnologia), a Saraiva diminuirá substancialmente a geração de créditos tributários, uma das principais razões de consumo de caixa nos últimos anos", diz a empresa, no documento da recuperação judicial. Para continuar a ofertar eletrônicos e itens de tecnologia nas lojas, a companhia deverá buscar uma parceria com uma rede especializada no setor, apurou o jornal O Estado de S. Paulo.

Apesar de a venda de livros apresentar uma pequena alta em 2018 - de cerca de 5% em valores, segundo o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel) -, a Saraiva lembrou que o preço do produto não subiu, se comparado com a inflação. Segundo a companhia, enquanto o IPCA - índice oficial de inflação - subiu 53,8% de 2000 a 2017, o valor unitário do livro caiu 8%, na mesma comparação.

Outro segmento que já foi a segunda maior fonte de receitas para a Saraiva - música e filmes - foi bastante afetado por avanços tecnológicos, segundo a companhia, que cita no documento de pedido de recuperação a emergência de serviços como Netflix e Spotify nessa área.

Hoje, a companhia se dedica somente à atividade de varejo. O pedido de recuperação lembra que a empresa vendeu seus ativos editoriais e de educação há três anos, por R$ 725 milhões. Após esse negócio e um período de enxugamento do varejo, o grupo hoje contabiliza cerca de 3 mil colaboradores, 85 lojas próprias e uma área de venda de quase 50 mil metros quadrados no País.

Fundada em 1947, a origem da Saraiva remonta, no entanto, a 1914, quando o livreiro Joaquim Ignácio da Fonseca Saraiva, um imigrante português, abriu uma pequeno sebo na rua do Ouvidor, em São Paulo, chamado Saraiva & Cia. A Saraiva é uma companhia aberta desde 1972. Em 2008, adquiriu a rival Siciliano.

Matérias Relacionadas

Economia

Cesta básica sobe nas capitais e custa ao menos 40% do salário mínimo

Aumento é anotado em 13 das 17 cidades pesquisadas
Geral

McDonald's vai abrir restaurante de dois andares em Jaraguá do Sul

Obra deverá ser concluída no primeiro semestre deste ano
McDonald's vai abrir restaurante de dois andares em Jaraguá do Sul
Economia

Procon de Jaraguá do Sul questiona sindicatos sobre reajustes nos preços dos combustíveis

Segundo reclamações recebidas, os preços ficaram acima do anunciado
Procon de Jaraguá do Sul questiona sindicatos sobre reajustes nos preços dos combustíveis
Educação

Governo de SC inicia ações da operação Escola Mais Segura

O início das atividades letivas será no dia 10 de fevereiro, com recesso escolar entre 21 de julho e 1º de agosto e término em 15 de dezembro.
Governo de SC inicia ações da operação Escola Mais Segura
Ver mais de Economia