Economia
Brasileiros já pagaram R$ 3 trilhões em impostos no ano
Neste ano, o valor foi atingido 54 dias antes do que em 2023.
Pela segunda vez em quase 20 anos de implantação, o Impostômetro, painel eletrônico da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) que estima a arrecadação nacional de tributos em tempo real, atingiu na sexta-feira (1º) a marca de R$ 3 trilhões em impostos Federais, Estaduais e Municipais recolhidos aos cofres públicos ao longo do ano.
Em 2023, o montante foi atingido pela primeira vez às 15h49 do dia 25 de dezembro. Neste ano, ocorreu 54 dias antes. Comparando ao primeiro dia de novembro do ano passado, quando o Impostômetro registrava R$ 2,5 trilhões, o "adiantamento" deste ano aponta para uma alta de arrecadação de 20%. Há 10 anos, no primeiro dia de novembro de 2014, o painel registrava R$ 1,57 trilhão.
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Vários fatores explicam a alta da arrecadação em 2024. Segundo Marcel Solimeo, economista-chefe da ACSP, quando se tem um crescimento da economia próximo de 3% e uma inflação próxima de 4%, que gera alta nos preços, a arrecadação naturalmente aumenta.
Assim como algumas mudanças na legislação tributária, como o fim da isenção de impostos para combustíveis, por exemplo, que também fez com que a arrecadação crescesse este ano.
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Porém, entender a origem dessa alta é uma análise que fica prejudicada, pois houve reduções de impostos na pandemia, quando a economia cresceu menos, que foram reintegradas em 2023. Só a partir do ano que vem, diz Solimeo, será possível ter uma visão mais clara se a alta tem a ver com o crescimento da economia, que vem se recuperando, ou pela alta de preços, com a inflação.
"Os impostos sobre combustíveis voltaram ao normal. Os produtos de valor mais alto, que não foram vendidos na pandemia, como veículos, agora estão sendo vendidos e, claro, isso aumenta a arrecadação", diz o economista da ACSP.
E a tendência para o ano que vem, segundo Solimeo, é subir mais, pois o governo já vem anunciando outros aumentos, como o do Imposto de Renda.
"Essa é a única certeza que temos: vai ter mais aumento de impostos."