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ECONOMIA

Bolsas de NY fecham sem sinal único após depoimentos de Powell e Lighthizer

27 Fev 2019 - 21h06Por Victor Rezende

Os mercados acionários americanos encerraram o pregão desta quarta-feira, 27, sem direção única à medida que os investidores balancearam indicadores abaixo do esperado da economia dos Estados Unidos com indicações do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, de que a redução do balanço patrimonial da instituição terminará este ano.

Na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse), o índice Dow Jones fechou em queda de 0,28%, aos 25.985,16 pontos, enquanto o S&P 500 recuou 0,05%, para 2.792,38 pontos. Já o índice eletrônico Nasdaq subiu 0,07%, para 7.554,51 pontos.

Diversos indicadores da economia americana voltaram a emitir sinais de alerta sobre o estado do atual ciclo econômico nos EUA. O Departamento do Comércio informou que, em dezembro, o país registrou déficit comercial de bens de US$ 79,5 bilhões, o maior da história, enquanto as encomendas à indústria subiram somente 0,1% entre novembro e dezembro, abaixo da previsão de alta de 0,6%. Por outro lado, as vendas pendentes de imóveis saltaram 4,6% na passagem de dezembro para janeiro, superando a previsão de avanço de apenas 0,8%.

Os indicadores abaixo do esperado se somaram a preocupações com as negociações comerciais sino-americanas. Em depoimento concedido à Câmara dos Representantes dos EUA nesta quarta-feira, o representante comercial do país, Robert Lighthizer, afirmou que ainda é preciso "fazer muito" para que um acordo seja alcançado com Pequim, que, segundo ele, representa "o maior desafio comercial" já enfrentado por Washington. Lighthizer comentou, ainda, que as questões referentes a tecnologia e propriedade intelectual irão nortear as conversas com os chineses e ressaltou que os EUA estão pressionando a China por mudanças estruturais, e não somente pelo aumento nas compras de produtos americanos.

O foco dos americanos na resolução de questões referentes a tecnologia ajudou algumas empresas como Intel, que se desfez das perdas vistas ao longo do dia e fechou em alta de 0,02%, e Apple, que subiu 0,31%. No caso da fabricante de iPhones, analistas do UBS disseram que esperam que as vendas de smartphones pela companhia caiam no trimestre encerrado em março. Para eles, contudo, o negócio de iPhones da Apple "parece estar se estabilizando", tendo em vista que "a pior das más notícias já passou". De acordo com o banco suíço, as reduções nos preços de aparelhos da companhia na China devem ajudar as vendas de iPhones no país, o que pode apoiar a receita da Apple adiante.

Uma notícia positiva para as bolsas veio da sabatina de Powell, também na Câmara dos Representantes. O presidente do Fed confirmou que o processo de enxugamento do portfólio de ativos do banco central será encerrado ainda este ano e disse que os detalhes da operação serão divulgados em breve. Na avaliação do gerente do hedge fund Sibilla Global Fund, Lorenzo Di Mattia, apesar da paciência do Fed quanto a futuras elevações nos juros, a reviravolta da política do banco central tem ajudado ações de instituições financeiras. De acordo com ele, os esforços para que a carteira do Fed diminuísse foram um fator importante na volatilidade dos Treasuries e das bolsas nos últimos meses e, para os bancos, "os movimentos em 2018 foram extremos".

Para Di Mattia, o setor financeiro tende a se beneficiar de um retorno da estabilidade aos mercados globais de ações este ano, em grande parte inspirado pela paciência do Fed e por sinais de um acordo comercial entre os EUA e a China. "De qualquer forma, acho que os dois eventos já estão precificados", disse. Nesta quarta-feira, a ação do Citigroup subiu 0,44%, a do Bank of America ganhou 0,82% e a do Wells Fargo teve alta de 0,63%. (Com informações da Dow Jones Newswires)

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