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ECONOMIA

Bolsas de NY fecham em queda com curva de juros dos Treasuries no radar

27 Mar 2019 - 18h44Por Victor Rezende

Os mercados acionários americanos encerraram o pregão desta quarta-feira, 27, em queda, com os investidores receosos diante de temores com uma desaceleração econômica mais profunda do que o esperado anteriormente nos Estados Unidos. A curva de rendimentos dos Treasuries invertida continua a pesar nos negócios à medida que pressiona os papéis de instituições financeiras em Wall Street, ao mesmo tempo em que a Apple destoou do mau humor geral e fechou em alta, mas não conseguiu impulsionar papéis de outras empresas gigantes de tecnologia.

Na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse), o índice Dow Jones fechou o dia em queda de 0,13%, com 25.625,59 pontos, e o S&P 500 recuou 0,46%, para 2.805,37 pontos. O índice eletrônico Nasdaq, por sua vez, apresentou baixa de 0,63%, para 7.643,38 pontos.

Embora o tom "dovish" do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e o otimismo em relação à possibilidade de um acordo comercial entre EUA e China tenham apoiado a recuperação dos mercados no início do ano, a ansiedade em relação ao desaquecimento da expansão econômica mundial tem alimentado a recente volatilidade nas últimas sessões das bolsas em Nova York. Nesta quarta-feira, o índice de volatilidade VIX, considerado o "medidor de medo" de Wall Street, subiu 3,47%, para 15,19 pontos, em um cenário marcado pelo retorno da T-bill de três meses maior do que o juro da T-note de dez anos, o que configura uma inversão da curva de rendimentos dos Treasuries desde sexta-feira.

"É confuso porque não temos a sorte de estar em uma sincronização global ao redor do mundo quando se trata de crescimento econômico. Isso está causando muitas inconsistências e discrepâncias nas classes de ativos", afirmou a diretora de estratégia de portfólio da Verdence Capital Advisors, Megan Horneman. A inversão da curva de rendimentos tem pesado, principalmente, nos papéis de instituições financeiras à medida que pode ter impacto no mercado de crédito. A ação do Bank of America liderou as perdas entre os bancos ao despencar 4,15%, ao mesmo tempo em que a ação do JPMorgan caiu 3,02% e a do Morgan Stanley cedeu 3,27%.

"Todo mundo está falando sobre a inversão da curva de juros. Com base na história, temos mais um ano e meio antes da recessão", disse a gerente de portfólio da Gradient Investments, Mariann Montagne. Para ela, um ano é meio é muito tempo nos mercados. "Negociações comerciais bem-sucedidas entre os EUA e a China podem mudar essa perspectiva. Os acordos não precisam ser perfeitos. Qualquer progresso ajudaria."

Apesar de terem enfrentado perdas, as bolsas americanas apagaram parte da queda após terem chegado a recuar mais de 1%. Essa recuperação esteve atrelada diretamente à Apple. Maior empresa do mundo em valor de mercado, a fabricante de iPhones tenta se vender como uma companhia mais voltada ao setor de serviços e, após o evento da última segunda-feira, onde lançou seu streaming de vídeo, analistas começam a dar base à ideia da Apple. "O segmento de serviços da Apple realmente se tornou mais valioso do que o segmento de produtos. Acreditamos que pode haver um foco cada vez maior dos investidores em serviços, bem como na potencial receita de serviços no ano fiscal de 2019", afirmaram os analistas do Piper Jaffray em nota a clientes. O papel da Apple subiu 0,90% nesta quarta-feira. (Com informações da Dow Jones Newswires)

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