ECONOMIA
Bolsas de NY fecham em alta, com PIB dos EUA e temporada de balanços no foco
Os mercados acionários americanos encerraram a sessão desta terça-feira, 16, em alta, apoiados por perspectivas mais otimistas dos agentes quanto ao crescimento econômico nos Estados Unidos e diante da temporada de balanços, que começou a ganhar forma e aponta para uma desaceleração nos lucros das empresas, embora menos acentuada do que o estimado pelos investidores.
Em Wall Street, o índice Dow Jones fechou em alta de 0,26%, com 26.452,66 pontos; o S&P 500 subiu 0,05%, para 2.907,06 pontos e o Nasdaq encerrou o dia com 8.000,34 pontos, um avanço de 0,30%, e ultrapassou a marca dos 8 mil pontos pela primeira vez desde 3 de outubro.
A cada dia, os principais indicadores de ações dos EUA ficam mais próximos de suas máximas históricas, mesmo em um cenário de queda nos lucros das empresas. De acordo com a FactSet, os lucros das companhias que integram o S&P 500 devem cair 3,9% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado. Muitos analistas monitoram os balanços mais fracos para avaliar as preocupações quanto à saúde do crescimento econômico mundial. "Dado que já vimos os preços saltarem tão significativamente este ano, as valuations não são mais claramente baratas", disse o estrategista-chefe de mercados para Europa, Oriente Médio e África da JPMorgan Asset Management, Karen Ward.
Na avaliação do presidente-executivo da BlackRock, Larry Fink, os mercados estão mais próximos de um "melt-up" do que de um "meltdown". "Melt-up" é frequentemente definido como um aumento abrupto e inesperado no preço de uma classe de ativos, impulsionado, em grande parte, por uma forte compra por parte de investidores que estão preocupados em perder um grande movimento do que melhorar os fundamentos do mercado. Hoje, a maior gestora de ativos do mundo informou queda de 4% no lucro ajustado do primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior, embora os resultados tenham vindo acima do esperado.
Também nesta terça-feira, a UnitedHealth, controladora da Amil no Brasil, registrou lucro e receita acima do esperado no primeiro trimestre, mas sua ação caiu 4,01% depois que o CEO da companhia, David Wichmann, avisou os investidores de que o projeto de saúde proposto pelos democratas ameaça "desestabilizar" o sistema de saúde dos EUA. O subíndice de saúde do S&P 500 teve o segundo pior desempenho do dia, ao cair 2,03%. Só ficou atrás do setor imobiliário (-2,38%), que não colheu os frutos do índice de confiança das construtoras americanas, que subiu de 62 em março para 63 em abril, em linha com o esperado pelos mercados.
No âmbito macro, os investidores continuaram atentos à possibilidade de aceleração no crescimento econômico dos EUA. A produção da industrial do país recuou 0,1% em março ante fevereiro, quando analistas previam avanço de 0,2%. Para o Goldman Sachs, alguns componentes do relatório do Fed sobre a indústria vieram melhores que o esperado, como o avanço em gastos com equipamentos, o que levou o banco a revisar para cima sua previsão de crescimento anualizado do Produto Interno Bruto (PIB) americano no primeiro trimestre, de 1,6% para 1,7%.