ECONOMIA
Bolsas da Europa fecham sem sinal único, coronavírus e política local no radar
As principais bolsas europeias fecharam sem direção única, nesta segunda-feira. Temores com o coronavírus e seus impactos na economia voltaram a preocupar investidores, que estiveram atentos também ao noticiário da política local, sobretudo na Alemanha.
O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,07%, em 424,64 pontos.
Ainda com o pregão europeu aberto, a Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou novo balanço sobre o coronavírus, com 40.235 casos confirmados e 909 mortes na China. No resto do mundo, há 309 confirmações de casos, com uma morte nas Filipinas. A OMS ainda alertou para alguns poucos casos de pacientes que não estiveram na China, mas foram recentemente infectados pelo vírus.
O BMO Capital Markets acredita que deve desacelerar o número total de novos casos e de mortes pela doença nas próximas semanas, mas lembra em relatório que a própria OMS tem sido cautelosa em fazer previsões neste momento. "Até que o surto esteja sob controle, problemas nos negócios em viagens, cadeias de suprimento e turismo, bem como a paralisação em grandes áreas da economia da China, deprimirão a economia global", alerta o banco. O Danske Bank, por sua vez, lembra que a China previa retomar a produção hoje, após um feriado prolongado estendido pelo combate à doença, ponderando que isso poderia levar a mais casos de contágio. "Portanto, a incerteza seguirá conosco por um tempo", alerta. Hoje, o governo do Reino Unido declarou o coronavírus uma ameaça "séria e iminente" à saúde pública, o que pode ajudar na resposta ao problema.
A LPL Financial Research diz que o coronavírus seguiu como foco dos mercados globais, com "quedas modestas" nas principais praças, por ora. Para a corretora, os mercados precificam um "cenário de contenção relativamente otimista".
Além disso, a política do continente esteve no radar. Na Irlanda, há indefinição sobre o resultado eleitoral do fim de semana, com risco de impasse para se formar o governo. Na Alemanha, a ministra de Defesa, Annegret Kramp-Karrenbauer, disse que não pretende concorrer ao posto de chanceler e que deixará o comando da União Cristã Democrata mais adiante neste ano, o que frustrou o plano de sucessão traçado pela chanceler Angela Merkel. Para a Eurasia, o premiê da Renânia do Norte-Westfália, Armin Laschet, é favorito a ficar com o comando da sigla, por ser mais "liberal, pragmático" e "o mais próximo da posição moderada de Angela Merkel". O país deve realizar eleição geral em 2021.
Na Bolsa de Londres, o índice FTSE 100 fechou em baixa de 0,27%, em 7.446,88 pontos. Ações do setor de energia estiveram pressionadas, em jornada negativa para o petróleo e diante de dúvidas sobre a demanda futura de commodities. BP caiu 1,15%, enquanto a mineradora Glencore recuou 1,15%.
Em Frankfurt, o índice DAX recuou 0,15%, para 13.494,03 pontos. Entre os bancos alemães, Deutsche Bank caiu 1,15% e Commerzbank, 0,95%. No setor de energia, E.ON foi na contramão e subiu 0,56%, entre as mais negociadas.
Na Bolsa de Paris, o índice CAC 40 caiu 0,23%, a 6.015,67 pontos. Société Générale caiu 1,31% e a petroleira Total teve baixa de 1,51%.
O índice FTSE MIB, da Bolsa de Milão, subiu 0,12%, a 24.507,70 pontos. Credito Valtellinese foi o papel mais negociado, em alta de 9,82%. Já Intesa Sanpaolo perdeu 0,69% e Banco BPM teve baixa de 0,72%.
Em Madri, o índice IBEX 35 fechou em alta de 0,05%, a 9,816,00 pontos, passando ao território positivo nos ajustes finais. Os bancos espanhóis não tiveram sinal único, com Santander em queda de 0,58% e BBVA em alta de 0,29%. Na Bolsa de Lisboa, o PSI 20 caiu 0,15%, a 5.282,06 pontos.