ECONOMIA

Bolsas da Europa fecham mistas, influenciadas por cautela global e Draghi

27 Mar 2019 - 16h28Por Monique Heemann

As bolsas da Europa fecharam sem direção única nesta quarta-feira, 27, influenciadas por temores com a economia global e pelos comentários de dirigentes do Banco Central Europeu (BCE), especialmente seu presidente, Mario Draghi. O índice Stoxx-600 fechou em leve queda de 0,02%, a 377,28 pontos.

Em Londres, o FTSE 100 fechou em queda de 0,03%, a 7.194,19 pontos; o DAX, em Frankfurt, ficou estável, a 11.419,04 pontos; em Paris, o CAC 40 registrou queda de 0,12%, 5.301,24 pontos; o FSTE MIB, de Milão, subiu 0,26%, a 21.194,19 pontos; o Ibex 35, de Madri, avançou 0,51%, a 9.229,90 pontos; e o PSI 20, em Lisboa, ganhou 0,46%, a 5.168,79 pontos.

A inversão de parte da curva de juros voltou a atrair a atenção dos mercados. O spread negativo entre a T-bill de três meses e a T-note de dez anos voltou a ampliar, chegando a 10 pontos-base, enquanto o Bund de dez anos chegou ao menor nível desde setembro de 2016, após a Alemanha realizar um leilão com yield negativo daquele título, pela primeira vez desde outubro de 2016.

Sob pressão, o rendimento da T-note de dois anos voltou a operar abaixo do piso da faixa dos Fed funds, de 2,25%, e os juros de longo prazo dos Treasuries renovaram mínimas em 14 meses. As apostas monitoradas pelo CME Group, por sua vez, mostraram uma elevação da chance de corte de juros nos Estados Unidos pelo menos uma vez em 2019 para 72%.

Para os estrategistas de taxas do BMO Capital Markets, Ian Lyngen e John Hill, a questão principal é se a postura favorável a estímulos do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e do Banco Central Europeu (BCE) será capaz de atenuar a desaceleração global, embora a solução não esteja dada. "Embora tenhamos formulado a questão em linhas gerais, a resposta nunca seria binária; para melhor ou pior, os resultados econômicos quase sempre se prestam a nuances significativas", avaliam.

Em discurso em Franfkurt, o presidente do BCE sinalizou que a instituição tem começado a se preocupar com os efeitos adversos de taxas de juros negativas e, se necessário, irá buscar formas de manter o impacto positivo de taxas negativas para a economia e, ao mesmo tempo, "mitigar os (eventuais) efeitos colaterais" da política.

Na avaliação do economista do JPMorgan Greg Fuzesi, "é claro que (Draghi) não deixa claro quais poderiam ser essas medidas de mitigação (por cobrança de reserva, por exemplo). Mas, em todo caso, Draghi acrescentou que a conexão das taxas negativas com os lucros dos bancos não está clara e que os bancos mais rentáveis são aqueles que reduziram seus índices de custo-benefício, investiram em novas tecnologias e diversificaram suas fontes de receita".

Fuzesi acrescenta, ainda, que, no geral, ainda "não nos parece que o BCE está excessivamente preocupado com efeitos colaterais de taxas negativas ou que está se movendo rapidamente no sentido de tomar medidas de mitigação", aponta o documento.

Mesmo assim, ações do setor bancário foram impulsionadas após os comentários de Draghi. O papel do UniCredit subiu 2,74% em Milão, o do Deutsche Bank avançou 2,86% e o do Commerzbank, 4,97%, em Frankfurt, e o do Santander se valorizou 1,57% em Madri.

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