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ECONOMIA

Banco Central da China afirma que evita desvalorização da moeda local

10 Mar 2019 - 16h08

O presidente do Banco Central da China (BPC, na sigla em inglês), Yi Gang, afirmou que está cumprindo a promessa de evitar a desvalorização da moeda local para impulsionar as exportações, enquanto representantes norte-americanos e chineses discutem um possível acordo comercial, em coletiva de imprensa neste domingo. Gang disse que as delegações estão próximas de fechar um acordo comercial. "Ambos os lados chegaram a um consenso em muitas questões cruciais e importantes", disse o presidente do BC chinês. Entretanto, Yi Gang não forneceu nenhuma indicação de que os dois lados chegaram a qualquer acordo durante a sua última rodada de conversas. Ele participou da última reunião entre as duas delegações, que ocorreu em Washington.

Gang disse que as delegações "discutiram que ambos os lados devem aderir ao princípio do regime de taxa de câmbio determinado pelo mercado" para evitar "usar taxas extra para fins competitivos". "Nós enfatizamos que nunca usaremos a taxa de câmbio para fins competitivos, nem vamos usá-lo para impulsionar as exportações da China", apontou.

Segundo Gang, os negociadores também discutiram "como respeitar o direito de cada uma das autoridade decidir a própria política monetária". Ele afirmou ainda que eles discutiram a importância do "princípio de uma variação determinada pelo regime cambial de livre mercado". Além disso, Gang indicou que os dois lados discutiram como devem divulgar informações quando exportam ou importam produtos de acordo com as regras estabelecidas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Gang reafirmou também as promessas oficiais de que os mercados de ações e títulos da China se abririam mais amplamente para os investidores globais.

Os Estados Unidos reclamam que o governo chinês manipula o yuan para obter vantagem comercial nos mercados estrangeiros, em virtude da frustração de sua política industrial. Autoridades norte-americanas pressionam Pequim para permitir que a moeda local flutue mais livremente, de acordo com o movimento do mercado.

O BPC olha principalmente para fatores domésticos ao definir a política monetária, explicou Gang. "A taxa de câmbio não é um fator importante na política monetária interna". Recentemente, o Banco Central chinês ampliou a banda dentro da qual o yuan é permitido flutuar ante uma cesta de moedas estrangeiras. O variação máxima da moeda é limitada a 2% por dia. O presidente do BC acrescentou também que o governo chinês tenta manter o yuan em um "nível razoável e equilibrado" e que órgãos reguladores do país estão se movendo em direção a um mercado mais determinado pelos próprios mecanismos. "Nossa taxa de câmbio é relativamente estável. Mas, ao mesmo tempo, essa estabilidade não significa que a taxa de câmbio seja fixa", completou Gang.

O presidente do BPC também procurou moderar as expectativas dos investidores por um afrouxamento monetário mais agressivo para sustentar a desaceleração da economia. Uma postura monetária "neutra", disse GANG, significa que a China manterá seu índice geral de alavancagem estável. No ano passado, o banco central cortou em cinco vezes a quantidade de dinheiro que os bancos devem manter na reserva, em uma tentativa de liberar mais recursos para os credores fazerem empréstimos. Ainda há espaço para essas reduções de reservas neste ano, disse Gang, embora tenha diminuído.

Autoridades dos EUA e da China informaram que as negociações comerciais estão progredindo, mas acordos formais ainda não foram anunciados. Fonte: Dow Jones Newswires e Associated Press.

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