ECONOMIA
Antes do payroll, dólar oscila com Previdência e atividade fraca
O dólar abriu esta sexta-feira, 3, em alta, em meio a desconforto com novos sinais de uma possível grande desidratação da proposta de reforma da Previdência na Comissão Especial, mas recuou em meio à queda de 1,3% da produção industrial do País em março ante fevereiro, divulgada pelo IBGE.
A atividade industrial veio no piso das projeções do mercado (de -1,30% a + 0,10%, com mediana de -0,80%). O indicador nutre pessimismo com o PIB do primeiro trimestre e pode embalar o debate sobre corte da Selic a menos de uma semana da decisão do Copom, na próxima quarta-feira, dia 8.
"As declarações do Paulinho (SD), presidente licenciado da Força Sindical, sobre diluição da reforma, e agora a fala do Arthur Lira do PP, de que não há votos suficientes ainda para aprovação da Previdência, sempre causam desconforto e colocam um viés de proteção no dólar", avalia Jefferson Rugik, diretor superintendente da Correparti. O dólar ante o real acompanha ainda o movimento externo de valorização da moeda americana com investidores aguardando o payroll dos EUA, diz o profissional.
Em entrevista à Rádio Eldorado, o líder do PP, deputado Arthur Lira (AL), negou a existência do bloco do "Centrão" na Câmara, que para ele é uma denominação dada pela imprensa. O deputado criticou o governo atual, que para ele erra ao distribuir dinheiro do pré-sal diretamente aos governadores porque, segundo ele, governadores não pedem nem têm votos para aprovar a reforma.
Também criticou o discurso do governo falando em rapidez na tramitação da reforma, quando não se tem votos suficientes para aprovar a proposta. Lira afirmou ainda que "a comissão especial tem maioria artificial; no meu partido, maioria não é a favor. Nunca acreditei na economia de R$ 1 trilhão, talvez algo em torno de R$ 600 bilhões, disse o parlamentar.
Às 9h22 desta sexta, o dólar à vista caía 0,19%, aos R$ 3,9521, após ter iniciado a sessão em leve alta, aos R$ 3,9621 (+0,06%), e registrado máxima aos R$ 3,9676 (+0,20%). No mercado futuro, o dólar para junho recuava 0,40%, aos R$ 3,9620, ante máxima mais cedo aos R$ 3,9775 (-0,01%).