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País tem atos contra e pró-impeachment esvaziados

01 Ago 2016 - 11h17
No primeiro ato após o afastamento da presidente Dilma Rousseff e pela primeira vez com manifestações simultâneas contra e a favor do impeachment, as ruas de Norte a Sul do País estavam esvaziadas e sem a presença maciça de políticos. O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que as manifestações foram menores porque o País não tem mais "anomalias" e está em outro momento. "Vivemos um clima de normalidade", afirmou Padilha. "Os atos agora não ganham a mesma expressão de antes, quando se buscava corrigir anomalias." Na avaliação do ministro, ficou evidente que as mobilizações a favor de Dilma "estão minguando".

O último grande protesto foi realizado em 13 de março, quando, segundo a Polícia Militar, 1,4 milhão de pessoas foram às ruas somente em São Paulo - Dilma foi afastada no dia 12 de maio. Neste domingo, o Vem Pra Rua e a PM não divulgaram estimativa de público. Segundo os organizadores de atos pró-impeachment, as manifestações ocorreram em 200 cidades de todo o País. A Frente Povo Sem Medo - movimento pró-Dilma - informou que houve atos em 20 cidades do Estado de São Paulo.

Para Rogério Chequer, líder do Vem Pra Rua, o volume menor de manifestantes na Avenida Paulista na tarde deste domingo já era esperado. "As pessoas estão tomando como certa a aprovação do impeachment no Senado", disse o ativista. O início da votação está previsto para o dia 29 deste mês, conforme divulgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ainda segundo Chequer, a agenda das ruas mudou. "O objetivo principal não é o impeachment. Estamos em uma nova fase".

Entre as novas bandeiras do grupo estão o voto distrital, fim das coligações e fim do foro privilegiado. As manifestações foram marcadas por um racha entre os grupos anti-Dilma.

O Movimento Brasil Livre (MBL) e outras organizações menores optaram por não levar carros de som para a Avenida Paulista e esperar uma data mais próxima da votação no Senado. "O MBL decidiu não participar da organização desse ato porque pretende concentrar esforços em outra manifestação em agosto, mais próxima da votação. Iso não significa que estamos rachados", afirmou Fernando Holiday, do MBL, que participou do ato no chão.

Também estavam na Paulista caminhões do MCC (Movimento Contra a Corrupção), Avança Brasil, e de um grupo que pedia a intervenção militar. Os políticos, que em março compareceram em peso à manifestação, não apareceram dessa vez. O único pré-candidato à Prefeitura de São Paulo presente foi o deputado Major Olímpio (SD). "O processo de impeachment já se consolidou. Hoje o que acontece é mais uma confraternização", afirmou. Outro parlamentar presente, e que foi aclamado pelos manifestantes, foi Eduardo Bolsonaro (PSC-SP).

No caminhão de som do Vem Pra Rua, as principais participações foram do jurista Modesto Carvalho, do historiador Marco Antônio Villa e da atriz Regina Duarte. Os manifestantes pediam "Lula na cadeia" e "fora, Dilma". Cartazes em apoio ao Juiz Sérgio Moro, da Operação Lava Jato, dominaram o ato. "Eu espero que futuramente ele seja o presidente do nosso País", disse Marilucia de Almeida, 61 anos.

O ato contra o impeachment e pelo "Fora, Temer" foi realizado no Largo da Batata, na zona oeste de São Paulo. Os organizadores comemoraram. "Este foi seguramente o maior desde que se iniciou o processo (de impeachment)", disse Guilherme Boulos, coordenador nacional do (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), que estimou em 60 mil o público deste domingo.

Os manifestantes seguiram até a Praça Panamericana, um percurso de cerca de 3 quilômetros que passou pela frente do escritório político de Temer. O ato teve três lemas: o "Fora, Temer", defesa dos direitos dos trabalhadores e a garantia da escolha popular nas decisões políticas, entre elas a realização de novas eleições. Participaram Luiza Erundina e Ivan Valente, candidatos a prefeita e vice de São Paulo pelo PSOL. Também marcaram presença o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) o ex-senador Eduardo Suplicy (PT).

 

 

Agência Brasil

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