Brasil
Mourão diz que vai dar 60% para Bolsonaro e 40% para Haddad
"A diferença de votos se você coloca em número de pontos é uma coisa, mas quando se traduz em número de votos é muito grande. Eu acho que amanhã é 60% a 40%", disse. Ainda assim, Mourão tentou evitar o clima de "já ganhou". "Vários já passaram por essa história de já ganhou e tiveram que voltar atrás, vamos aguardar amanhã, no final da noite quando tudo for resolvido, melhor assim, mais prudente", complementou.
O militar também falou sobre a possibilidade de Haddad surpreender e vencer a disputa final. Caso isso aconteça, ele disse que irá "respeitar" o resultado das urnas eletrônicas, sistema de votação que ele diz confiar. "Se ele (Haddad) vencer é porque a maioria da população assim quis, isso tem que ser respeitado. Como é o nome disso aí? Democracia né", disse. "Confio (nas urnas eletrônicas)".
Mourão disse que recebeu um pedido do presidenciável do PSL na véspera do segundo turno das eleições presidenciais: não falar "muita bobagem". Mourão admitiu que falou "algumas" pérolas durante a campanha eleitoral, mas que não se arrepende por isso ser fruto de sua sinceridade.
"(Bolsonaro pediu) que se eu encontrasse vocês, não falasse muita bobagem. Sou um homem econômico, todo milico é, salário pequeno. Algumas (bobagens), eu sei que falei. Não me arrepender porque sou sincero", disse.
Apesar de não ter especificado quais seriam essas "bobagens", Mourão protagonizou momentos negativos para a campanha de Bolsonaro. Um deles foi quando criticou a obrigatoriedade do pagamento de 13º salário e adicional de férias para os trabalhadores brasileiros.
Mourão chegou no início da noite, deste sábado, em Brasília para visitar filhos e netos. Ao desembarcar no aeroporto da capital federal, ele recebeu pedidos de "selfie" de pessoas que passavam pelo local.
Mourão deve votar amanhã, às 9h, em sua seção eleitoral, também em Brasília. No meio da tarde, ele volta ao Rio de Janeiro, onde reside atualmente, para acompanhar a apuração junto da equipe de campanha de Bolsonaro.
O general ainda comentou a decisão do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, que declarou voto em Fernando Haddad. "Acho que é coerente com as posições dele; ele é um homem de esquerda", disse.
Por fim, Mourão respondeu sobre a decisão de Ciro Gomes, que foi candidato à Presidência pelo PDT no 1º turno, e optou por não se posicionar em favor de nenhum dos dois candidatos. "Acho que ele (Ciro) não gosta muito do pessoal do PT, é um problema dele. A campanha do Bolsonaro não tem nada a ver com isso", disse.