Futebol

João Havelange morre aos 100 anos no Rio de Janeiro de infecção pulmonar

16 Ago 2016 - 15h21
De acordo com João Mansur, médico de Havelange, o ex-dirigente sofria de uma infecção pulmonar que se agravou e caminhou para uma infecção generalizada, causa da morte. O hospital também confirmou a morte em nota oficial. O funeral vai acontecer no Cemitério de São João Batista, no Rio de Janeiro. O horário ainda não está confirmado.

Em julho deste ano, ele havia sido internado em virtude de uma pneumonia, mas teve alta. Com a saúde debilitada, Havelange foi novamente levado ao hospital semanas depois.

Filho de um comerciante de armas belga, Jean-Marie Goedefroid de Havelange foi um dos cartolas mais influentes da história do esporte. Presidente da Fifa durante 24 anos (1974 a 1998), ele conviveu com diversas denúncias de corrupção em sua gestão e é apontado como um dos responsáveis pela popularização do futebol em lugares como a África e a Ásia.

Antes de se tornar dirigente, Havelange construiu uma história de sucesso como atleta. Pelo Fluminense, seu clube de coração, disputou diversos esportes e destacou-se primeiro na natação. Ele chegou a disputar os Jogos Olímpicos de Berlim, em 1936, nas piscinas.

Em 1952, em Helsinque, ele voltaria às Olimpíadas com a seleção brasileira de pólo aquático, tornando-se um dos poucos atletas a disputar edições antes e depois da Segunda Guerra Mundial. Mais tarde, começou a envolver-se com o lado político da natação e ascendeu até a presidência da CBD (Confederação Brasileira de Desportos) em 1956.

A entidade, que na época agregava mais de 20 esportes, serviu como um trampolim para o dirigente, que conseguiu tornar-se presidente da Fifa em 1974. Foi sob a gestão de Havelange que a Copa do Mundo atraiu o interesse de grandes patrocinadores e passou a render mais financeiramente.

Ao mesmo tempo, o crescimento da Fifa também criava suspeitas de que Havelange teria se aproveitado do processo para lucrar pessoalmente. Influente, o cartola manteve contato próximo com diversos políticos e conseguiu estender seus tentáculos ao futebol brasileiro em 1989, quando colocou seu ex-genro Ricardo Teixeira na presidência da CBF.

Foi da relação com o afilhado político que saiu seu grande tendão de Aquiles, que curiosamente tornou-se público depois que ele deixou a presidência da entidade, em 1998. Segundo a BBC, ele e Ricardo Teixeira receberam propina da ISL, agência de marketing que trabalhava com a Fifa.

Ambos teriam assumido o crime e devolvido o dinheiro à Justiça suíça, mas estariam tentando abafar o caso para que ele não se tornasse público. Toda a confusão fez com que, em dezembro do ano passado, ele renunciasse ao seu cargo no COI, que estava investigando o problema e ameaçava expor Havelange. Fora da entidade, o cartola brasileiro não podia mais ser atingido e a apuração foi arquivada.

Em sua carta de renúncia, João Havelange alegou problemas de saúde e nunca mais tratou do assunto até a sua morte. Nesta terça-feira, o COI demonstrou o seu pesar e pediu permissão para o Comitê Rio-2016 para colocar a bandeira brasileira a meio mastro durante as provas do dia.

A Confederação Brasileira de Futebol divulgou uma nota oficial lamentando a morte do ex-dirigente:

"Com extremo pesar, a Confederação Brasileira de Futebol, sua Diretoria e seus funcionários despedem-se de João Havelange. Nesta terça-feira (16), aos 100 anos, o ex-presidente faleceu no Rio de Janeiro, onde estava internado desde julho devido a complicações causadas por uma pneumonia. A CBF, por sua Presidência, decretou luto oficial de sete dias, com bandeiras hasteadas a meio mastro. Na próxima rodada dos campeonatos em andamento, será respeitado um minuto de silêncio antes de todas as partidas."

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