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Brasileiros vencem competição da NASA: projeto pra limpar oceanos

Nos projetos brasileiros, foram desenvolvidas soluções capazes de reduzir impactos de microplásticos e óleo nos oceanos

01 Mar 2020 - 06h00Por Da Redação

Brasileiros se destacaram e levaram o pódio com projetos para limpar oceanos no Hackathon da NASA.

A competição – Internacional Space Apps Challenge 2019, promovida pela Agência Espacial Americana, é um evento anual que busca ideias inovadoras mundo afora.

Das seis equipes vencedoras, uma é baiana e a outra paulista, sem contar a menção honrosa da equipe de Minas Gerais.

Nos projetos brasileiros, foram desenvolvidas soluções capazes de reduzir impactos de microplásticos e óleo nos oceanos.

Os vencedores

Os baianos conquistaram o primeiro lugar em “Melhor uso de hardware”, como solução que exemplifica o uso mais inovador em hardware.

Já os paulistas venceram na categoria “Impacto Galáctico”, como solução com maior potencial para melhorar a vida na terra ou no universo.

Não há premiação em dinheiro. O prêmio é apresentar os projetos diretamente no Nasa Kennedy Space Center, na Flórida, Estados Unidos, o que deve acontecer ainda no primeiro semestre deste ano.

Eles também têm que conseguir que a agência espacial americana tope desenvolver as invenções.

Microplástico

Os baianos criaram o projeto de um equipamento para retirar microplásticos dos oceanos. Um problema grave, e em crescimento, que coloca em risco a vida marinha e humana, como o Mar Sem Fim vem mostrando, especialmente no Brasil que é o quarto maior produtor de lixo plástico do mundo.

Microplásticos são partículas que medem no máximo cinco milímetros. Derivam de plásticos e fibras de tecidos sintéticos expelidos nas lavagens de roupas, entre as fontes mais importantes.

Anualmente, os oceanos recebem em torno de 10 milhões de toneladas de lixo plástico, diz a WWF.

A equipe baiana no hackathon, denominada Cafeína Team, é formada por cinco universitários. Eles têm entre 18 e 23 anos.

Três são alunos do curso de administração da Universidade Federal da Bahia (UFBA): Genilson Brito, Pedro Dantas e Antônio Rocha. Dois são da Universidade Católica de Salvador (Ucsal): Ramon de Almeida, que cursa engenharia química; e Thiago Barbosa, do curso de análise de desenvolvimento de sistemas.

Inovação

O projeto dos baianos tem um conceito bastante inovador. Os jovens criaram um equipamento que denominaram Ocean Ride.

Baseado no princípio do gerador Van Der Graaff, o sistema atrai microplásticos por meio de uma corrente eletrostática. “A água vai entrar no equipamento e vai sair, mas o microplástico vai ficar (dentro dele)”, assegura o universitário Pedro Dantas.

lém de atrair, o Ocean Ride armazena e compacta os resíduos, para o melhor aproveitamento do espaço do equipamento, explicam os estudantes.

Quando o contêiner estiver cheio de microplásticos, pode-se removê-los no destino final da embarcação. Nas plataformas, os equipamentos podem ser apenas substituídos por outros vazios.

“O grande diferencial do Ocean Ride é que ele pode ser acoplado ao lado de qualquer embarcação. E em plataforma de petróleo também. Pode ainda ser afixado em determinados pontos de oceanos e mares. Em áreas estratégicas de correntes marinhas, com grande fluxo desses materiais”.

Manchas de óleo no litoral

Os paulistas se inspiraram no derramamento de óleo no litoral do Brasil. Mais de 4.500 toneladas de óleo já chegaram à costa do País desde o início do último quadrimestre de 2019, afetando 11 estados.

E o óleo ainda chega, pois não se sabe a origem, que parece inesgotável. Os especialistas acreditam que a recuperação total das áreas afetadas pode demorar mais de 100 anos. Mas desastre com petróleo no mar, infelizmente, é comum.

E são, geralmente, devastadores para a vida marinha e para as comunidades costeiras.

Os paulistas lembraram a importância de se detectar rapidamente desastres com óleo nos oceanos e mares: 37% da população global vive em regiões costeiras.

E a economia oceânica gira entre US$ 3 trilhões e US$ 6 trilhões. Além disso, a alimentação humana é bastante dependente da pesca. Por isso, decidiram desenvolver uma tecnologia para detectar esses tipos de manchas.

Ela é baseada em imagens de radar, inteligência artificial e algoritmos. A ideia é que manchas de óleo possam ser avistadas e contidas muito antes de chegarem às comunidades costeiras. E causarem estragos ainda maiores, como está acontecendo no litoral brasileiro.

“Nossa rede neural é capaz de analisar muitas imagens em busca de pontos de derramamento de óleo. Pode ser usada por aplicativos de terceiros ou sistemas governamentais para melhorar o ganho de tempo de resposta a um desastre ambiental (com óleo)”, afirma a equipe paulista.

Resultado

Antes da competição, as equipes venceram as etapas locais.

Depois, trinta projetos foram selecionados como os melhores do mundo. Foram esses que seguiram para a final global.

O hackathon foi realizado no final de 2019, mas o resultado foi anunciado recentemente.


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