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Há cada vez mais idosos e menos crianças em Santa Catarina, aponta Censo de 2010 do IBGE

30 ABR 2011 • POR • 12h36

Uma população idosa maior. Crianças em menor número. E número de mulheres quase 50 mil a mais em relação a quantidade de homens. Essas são algumas das novas realidades de Santa Catarina em comparação com dez anos atrás, conforme revelaram dados definitivos do censo 2010, divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O aumento da representatividade das pessoas com mais de 60 anos confirma a tendência de envelhecimento populacional no país. Foram observados no Estado 226.480 idosos a mais em 2010 em relação a 2000. Esse contingente representa hoje 10,5% do total da população catarinense. Por outro lado, ficou constatado que há 140.692 menos crianças de zero a nove anos na década.

O baixo número de crianças é um reflexo da redução do número de filhos. É o caso da família de Marlete e Edson Schmitz, de Joinville, que decidiram ter apenas um filho: Rodrigo, que hoje está com 16 anos. O casal afirma que nunca se arrependeu da família pequena. Na época, a prioridade deles eram os estudos. Marlete se formou em pedagogia e Edson fez curso superior técnico.

- Se aumentássemos a família, não teríamos como estudar - conta Marlete.

Rodrigo, que ainda nem terminou o ensino médio, já perpetua a lição que aprendeu dos pais: a educação em primeiro lugar. Pela manhã, ele dedica-se ao estudos e à noite frequenta as aulas de Ferramentaria.

No geral, SC tem população de 6.248.436 pessoas. O aumento foi de 16,8%. Foi o Estado da região do Sul que mais aumentou influenciado pelo alto crescimento de Florianópolis e seu entorno, além das regiões de Tijucas, Itajaí, Blumenau e Joinville.

- O Estado em geral cresceu três vezes mais que o Rio Grande do Sul, por exemplo. Isso nos leva a crer que continua atraindo as pessoas para cá, principalmente no litoral e cidades que atraem com o mercado de trabalho como Joinville - avaliou Sueni Juraci de Mello dos Santos, da unidade estadual do IBGE.

A presença feminina também é maior. Há uma relação de 98,5 homens para cada 100 mulheres, como resultado de um excedente de 47.716 mulheres em relação ao número total de homens. Com este resultado, acentuou-se a tendência histórica de predominância feminina na população do Estado, já que em 2.000 o indicador era de 99,3 homens para cada 100 mulheres.

Um outro dado que chamou a atenção é que comprova o êxodo rural. Atualmente a população urbana catarinense é cinco vezes maior que a rural. O acréscimo foi de 1 milhão de habitantes urbanos. O censo apontou que o grau de urbanização alcançou 84% em 2010 e que a população rural do Estado diminuiu 137 mil habitantes entre os anos de 2000 e 2010. O IBGE diz que há 50 anos a situação era bem diferente, quando 67,6% dos catarinenses moravam em áreas rurais e 32,4% em áreas urbanas.

O censo pesquisou pela primeira vez o número de casais homossexuais que vivem sob o mesmo teto. Ao todo, 60.002 gays declararam viver juntos no país. Durante a pesquisa, a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) chegou a fazer uma campanha para que os homossexuais se declarassem aos recenseadores. Com o slogan IBGE: se você for LGBT, diga que é!, a iniciativa ganhou a internet e as paradas gays por todo o país.

DIÁRIO CATARINENSE