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Espanha exige indenização após precipitação alemã em culpar pepinos

2 JUN 2011 • POR • 12h18

A Espanha pedirá um ressarcimento dos danos causados pelo "erro retumbante" da Alemanha de acusar os pepinos espanhóis ao surto de uma violenta variedade da bactéria Escherichia coli (E.coli), que deixou 17 mortos na Europa.

O chefe do governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, disse nesta quinta-feira que não há o menor indício de envolvimento de produtos espanhóis na epidemia, de acordo com uma análise realizada na Espanha.

"Tornou-se claro com as análises feitas pela agência espanhola de segurança alimentar que não há o menor indício de que a origem desta infecção tão grave seja qualquer produto espanhol", disse Zapatero em uma entrevista na rádio e televisão pública espanhola.

Na semana passada, Cornelia Prüfer-Storks, responsável pela secretaria de Saúde de Hamburgo, apontou em direção aos pepinos espanhóis como fonte da infecção. Na época, quatro legumes foram coletados aleatoriamente, junto a outros produtos, de um mercado em Hamburgo para realizar testes e o produto foi retirado das prateleiras.

Nesta quinta-feira, o Instituto Federal de Prevenção de Riscos de Berlim anunciou que nenhum dos quatro pepinos analisados, três dos quais espanhóis, continham a variedade da bactéria detectada nos pacientes.

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o surto é causado por uma variedade nunca antes vista.

"Nós vamos exigir uma compensação às autoridades que estão na Europa para a recuperação dos danos que tenham ocorrido", disse Zapatero. "O dano produzido é forte, um dano grave, mas vamos usar todos os meios possíveis para restaurá-lo."

A Federação Espanhola de Produtores e Exportadores de Frutas e Hortaliças (Fepex) avaliou esta semana as perdas em cerca de 200 milhões de euros por semana.

Zapatero disse ainda que esperava uma reação mais clara da Comissão Europeia sobre as regras do comércio na fronteira da União Europeia. A comissão levantou o alerta sanitário contra os pepinos de Almería (sul da Espanha), depois dos legumes serem isentados da culpa pelo surto.

Ele reconheceu ainda que a Espanha tem agora uma tarefa "muito ambiciosa" para restaurar o bom nome e a comercialização de produtos espanhóis e salientou que o seu governo agiu de maneira "rápida, sábia e vigorosa" na crise dos pepinos.

Fonte: Folha SP