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Escola do Teatro Bolshoi busca o fechamento da cota de patrocínios não completada em 2011

8 FEV 2012 • POR • 15h04

A Escola do Teatro Bolshoi no Brasil corre contra o tempo para cobrir a escassez de patrocínios do ano passado. No segundo mês de 2012, ainda resta a ser arrecadado, via Lei Rouanet, R$ 2,4 milhões, metade do que foi liberado pelo Ministério da Cultura (MinC) em 2011.

A captação do valor foi prorrogada e agora pode ser concluída até a metade deste ano. Mesmo com o prazo esticado, o presidente da escola, Valdir Steglich, diz que é preciso acelerar o processo pelo menos até abril, senão a instituição corre o risco de passar por dificuldades financeiras.

O repasse por isenção de impostos representa quase metade do orçamento total que a Escola do Bolshoi dispõe. A outra fatia - cerca de R$ 3,5 milhões - é completada pelo governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte. Segundo Steglich, o montante de 2011 foi integralmente repassado e já há garantias do mesmo valor para 2012.

O renovação do auxílio deverá acontecer entre março e abril. O atraso no fechamento da cota de patrocinadores pela Lei Rouanet também impede que a instituição possa inscrever um novo projeto ao MinC para custear as despesas deste ano.

De acordo com o presidente, a atual situação financeira obriga que a escola tenha de enxugar as despesas.

- No fim do ano, fizemos alguns cortes no quadro de funcionários e eventos, enfim, uma reorganização na estrutura, mas sempre mantendo a qualidade -, afirma.

Em 2010, a Escola do Bolshoi divulgou a iniciativa Bolshoi É Nosso, que abre a oportunidade da contribuição espontânea da comunidade por meio do site da instituição. A ação não surtiu em grandes efeitos e a escola agora estuda a contratação de uma empresa de telemarketing para auxiliar no contato direto com a comunidade.

Bolsas de estudo para 300 alunos

O patrocínio de empresas privadas é fundamental para a continuidade das atividades da única filial do Bolshoi fora da Rússia. Atualmente, a escola mantém 302 alunos de balé clássico e dança contemporânea, que recebem, além das aulas práticas e teóricas, alimentação, uniforme, figurinos, materiais didáticos, transporte, orientação pedagógica, assistência médica emergencial, odontológico-preventiva, nutricional, fisioterápica e oftalmológicos.

Os aspirantes a bailarinos são contemplados com bolsa de estudo, integral ou parcial. A escola também mantém a Cia. Jovem, companhia de dança formada por ex-alunos. Hoje, o grupo é composto por 12 bailarinos.

No ano passado, a contribuição de empresas locais representava somente 20% do total de patrocinadores. Um dos investidores de Joinville é a indústria de fundição Tupy, que tem crianças e adolescentes como público prioritário em sua política de investimento social. A empresa joinvilense renovou o patrocínio para a escola neste ano, no valor de R$ 350 mil.

- É o segundo ano que estamos apoiando o Bolshoi, o que é muito importante para a empresa, já que temos vários funcionários que têm filhos fazendo aulas na escola -, afirma o gerente de comunicação e responsabilidade social da Tupy, Valdecir Melo.

A maior fatia de patrocínio vem de empresas nacionais, como a Vonpar Bebidas. De acordo com a diretora de comunicação e marketing, Deise Dornelles, o empreendimento sediado no Rio Grande do Sul não revela os valores de contratos de patrocínio.

Além de apoiar o Bolshoi pelo sexto ano consecutivo, a Vonpar também patrocina, na área cultural, o Museu Iberê Camargo; os teatros da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (OSPA), Araújo Vianna e o Multipalco do Theatro São Pedro.

Como contribuir

Para apoiar iniciativas culturais como a Escola Bolshoi, as empresas podem optar pelo abatimento fiscal, previsto pela Lei Rouanet. Assim que é feito o depósito na conta do projeto, o patrocinador recebe um comprovante.

O valor do recibo tem como ser abatido diretamente ao efetuar o pagamento do IR. A pessoa jurídica, com base no lucro real, pode destinar para a cultura até 4% do imposto devido. No caso de pessoa física, esse percentual é de 6%.

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