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Governo do RJ age rápido e desarticula movimento grevista da PM

10 FEV 2012 • POR • 23h59

A baixa adesão à greve pode ser explicada pelo fato de o governo fluminense ter agido rápido e com dureza. Entre a madrugada e a tarde desta sexta, 17  PMs e bombeiros foram presos em flagrante ou com preventiva.

Outros 143 estavam detidos administrativamente por desobediência (quebra do regulamento que os proíbe de paralisar atividades e também por incitação à desordem), nos próprios quartéis, mas podiam ser liberados ainda ontem. Ficaram proibidos de ir para casa e vão responder por infrações ao Código Militar, podendo ser expulsos de forma sumária, alerta o chefe de Relações Públicas da PM, coronel Frederico Caldas.

Entre os presos, nove, todos líderes do movimento paredista, foram por ordem  da Justiça Militar. Três deles são oficiais: dois coronéis e um major, todos da reserva. Dois líderes da greve, que também tiveram a prisão decretada, ainda são procurados. Esses líderes ganharam uma punição assustadora: foram transferidas para o temido presídio Bangu I, onde ficam os criminosos de maior currículo no Rio.

O resultado dessa demonstração de força governamental é perceptível nas ruas, que mantiveram a agitação típica de uma véspera de fim de semana no Rio. Alguns incidentes foram registrados. Todas as viaturas do 22º BPM (favela da Maré, zona norte carioca) permaneceram estacionadas no pátio. O governo enviou para patrulhar a região o temido Batalhão de Operações Especiais (Bope).

Ocorreram ainda problemas no interior do Estado. O principal deles em Volta Redonda (127 quilômetros ao sul do Rio), onde viaturas retornaram para o quartel e 129 policiais abandonaram o patrulhamento das ruas. Cinquenta homens do Batalhão de Choque foram enviados para aquela cidade, para substituir os PMS grevistas.

De policiais civis presos não existe notícia, nem de greve deles. Se ela acontece é de forma dissimulada, com operação-padrão, na lentidão de atendimento. Ao que tudo indica, o Rio terá Carnava.

DIÁRIO CATARINENSE