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Justiça determina desocupação de hidrelétrica em Abdon Batista, no Meio-Oeste

14 MAR 2012 • POR • 14h53

A juíza Mônica Grisólia de Oliveira determinou a desocupação da Usina Hidrelétrica (UHE) Garibaldi, em Abdon Batista, no Meio-Oeste. A Polícia Militar deverá retirar as 400 famílias que ocupam o canteiro de obras, nesta quarta-feira, por questões jurídicas e de segurança.

Conforme a decisão, a obra é concessão pública e não pode ter atraso no prazo de execução. Os explosivos usados para a detonação de rochas, guardados em um depósito, também podem apresentar riscos aos manifestantes.

Os acessos foram bloqueados na madrugada desta terça-feira e só seriam liberados, conforme manifestantes do Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB), após o avanço nas negociações de indenizações. Em Florianópolis, um grupo está acampado na Eletrosul.

O grupo reivindica o reassentamento das cerca de 800 pessoas que devem ser atingidos pelas obras. São agricultores de cinco municípios às margens do Rio Caveiras: Cerro Negro, Campo Belo do Sul, São José do Cerrito, Vargem e Abdon Batista.

Incêndio em escritório

Um incêndio destruiu um escritório de engenharia, que ficava no parque de obras, na madrugada desta terça-feira. Os manifestantes disseram que não têm ligação com o fogo.

Conforme a assessoria Rio Canoas Energia, proprietária da concessão, o escritório tinha mil m² de área construída e empregava diariamente cerca de 100 pessoas da Construtora Triunfo. Em nota, a empresa afirmou que "a depredação de patrimônio da União e de patrimônio privado é ato criminoso, e desta forma deverá ser tratado".

Na última quinta-feira, outro incêndio destruiu três alojamentos de funcionários da empresa que está construindo a usina.

Ação Global

As manifestações acontecem em diversas capitais brasileiras em uma ação global que marca o 14 de março, dia internacional de luta contra as barragens. Os integrantes do movimento protestam contra o atual modelo energético brasileiro, contra as tentativas de privatização da água e da energia, além de reivindicarem a garantia de direitos para as famílias atingidas por barragens e para os trabalhadores do setor elétrico.

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