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Gravações do caso Demóstenes mencionam dois nomes de Santa Catarina

2 ABR 2012 • POR • 16h59

As gravações da Polícia Federal, que revelam novas conversas entre o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) e Carlos Cachoeira, citam dois catarinenses.

Nos trechos publicados pela revista Veja, há citações que fariam referência a uma pessoa chamada "Enio", e ao gerente-geral de Medicamentos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Norberto Rech.

As conversas interceptadas pela PF mostram que Demóstenes e Cachoeira teriam uma relação próxima. Em um dos diálogos, Cachoeira pede ajuda ao senador para resolver pendências na Anvisa e se refere ao "negócio daquele rapaz do Enio que trabalha na Anvisa", "o tal do Rech".

Segundo a PF, o "tal do Rech" seria Norberto Rech, identificado no site da Anvisa como gerente-geral de Medicamentos. Rech é professor do Departamento de Ciências Farmacêuticas da Universidade Federal de Santa Catatina (UFSC). Reconhecido na área, o professor estaria na Anvisa por indicação do PC do B e já ocupou outros cargos no governo federal, como a chefia do Departamento de Assistência Farmacêutica do Ministério da Saúde em 2003.

O DC tentou entrar em contato com Rech, mas o telefone que consta como sua residência em Florianópolis estava na secretária eletrônica e um celular dava mensagem de número não existente. Em Brasília, também não foi encontrado pela Agência RBS. Na revista impressa, Veja não chega a identificar quem seria o "Enio" citado na conversa. Em seu site, porém, a revista disponibiliza os áudios, quando então aparece o nome Ênio Branco. Em Goiás, Ênio - atual secretário de Comunicação do governo de SC - foi presidente das Centrais Elétricas do Estado, a Celg. Na época da interceptação do diálogo, Ênio Branco era presidente da SC Parcerias e ainda filiado ao DEM.

Ênio disse, no domingo, que a revista pode ter citado "indevidamente" seu nome. Por telefone, afirmou que não pretendia se estender no assunto. Por e-mail, mais tarde, Ênio contou ter chegado a Goiás em 2004 e que, desde 2007, época em que assumiu a presidência da Celg, conhece e mantém amizade com o senador Demóstenes. "Em relação aos fatos mencionados, nunca estive, nunca telefonei, não tenho contato/relacionamento com seus dirigentes e jamais tratei de qualquer assunto com a Anvisa; portanto, caso o nome citado seja uma referência a minha pessoa, foi usado indevidamente", escreveu em nota.

DIÁRIO CATARINENSE