Geral

Saída de Cláudio Monteiro da diretoria da Deic gera guerra de versões

10 ABR 2012 • POR • 13h30

A exoneração do delegado Cláudio Monteiro da Deic causou uma guerra de versões sobre os motivos que teriam originado a decisão da cúpula da segurança. Os policiais associam o ato como uma represália a investigações que vêm sendo feitas pela diretoria e acusam a cúpula de tentativa de ingerência e conotação política.

O primeiro a se manifestar publicamente neste sentido foi o delegado da Divisão Antissequestro, Renato Hendges, que também é presidente da Associação dos Delegados de Polícia em SC (Adepol): 

- A indignação de todos nós aqui na Deic é com a forma que aconteceu. Ele (Monteiro) foi execrado. Ninguém foi comunicado, soubemos pela imprensa - reclamou.

O delegado Renato associa a exoneração a "situações", entre elas a investigação da Deic sobre o desvio de peças do complexo administrativo da SSP em São José, que começou no final do ano passado e ainda está em andamento. Também há, por exemplo, investigação sobre suspeita de desvio milionário na Celesc, entre outros inquérito contra a administração pública.

O delegado lembrou que o secretário Grubba e o secretário adjunto da SSP, coronel Fernando de Menezes, tinham sido intimados pela Deic no final do mês passado a depor no inquérito das peças encontradas em um ferro-velho de Joinville. 

- Não quero associar em nada, mas que existe uma situação... o que não podemos compactuar é com ingerência - afirmou o delegado Renato, acreditando que a exoneração de Monteiro tenha sido para esvaziar a Deic.

O secretário César Grubba negou qualquer motivação política sobre a exoneração de Monteiro. Ele disse que analisou o ato em questão (desvio das diárias) e que, se não fizesse a exoneração, estaria prevaricando na função por ter constatado a irregularidade. Sobre a investigação das peças, afirmou que vai prestar depoimento e que, após a conclusão deste inquérito, tomará as devidas providências, "doa a quem doer".

DIÁRIO CATARINENSE