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Cameron vai à Ásia em busca de incentivos para economia britânica

10 ABR 2012 • POR • 17h22

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, iniciou na terça-feira (10) uma viagem pelo Japão e Sudeste Asiático, prometendo explorar oportunidades comerciais e de investimentos para estimular a economia da Grã-Bretanha.

Horas antes de Cameron pousar em Tóquio, a montadora japonesa Nissan anunciou um investimento de US$ 200 milhões para fabricar um novo modelo em sua fábrica da Grã-Bretanha.

Autoridades britânicas disseram que, ao todo, mais de 200 milhões de libras (US$ 317,19 milhões) em investimentos japoneses já estão planejados para a Grã-Bretanha, incluindo um projeto de pesquisa com turbinas eólicas da Mitsui em Edimburgo, e um centro de pesquisa da Panasonic para células de combustível em Cardiff.

"Essa viagem tem realmente a ver com as empresas britânicas, com as exportações britânicas, e com investimentos da Grã-Bretanha nesses países, e com investimentos desses países na Grã-Bretanha", disse Cameron a jornalistas.

"O investimento da Nissan no Reino Unido é um enorme voto de confiança nas habilidades e na flexibilidade da força de trabalho do Reino Unido. Queremos atrair mais investimentos assim", disse Cameron, que se reuniria ainda na terça-feira com o seu homólogo japonês, Yoshihiko Noda.

O novo modelo "hatch" da Nissan começará a ser produzido em 2014, e vai criar 225 empregos diretos na sua fábrica de Sunderland (norte da Inglaterra), além de outros 900 em fábricas de autopeças.

O investimento se soma a US$ 200 milhões destinados à produção de um novo veículo compacto, anunciado no mês passado pela Nissan, e que elevará a produção da maior fábrica britânica de automóveis para além das 550 mil unidades por ano.

Longe da crise da zona do euro
Cameron, no poder há dois anos, busca estimular o setor industrial para reduzir a dependência britânica em relação ao setor de serviços, afetado pela crise financeira global de 2008-2009. Ele também busca limitar a exposição da Grã-Bretanha à crise na zona do euro, e por isso busca ampliar as relações econômicas do seu país com a Ásia e com mercados emergentes de outras regiões.

Acompanhado por cerca de 35 executivos de empresas de defesa, energia, construção e outros setores, Cameron viajará na quarta-feira de Tóquio para a Indonésia, e para a Malásia no dia seguinte.

Na sexta-feira, Cameron chega a Mianmar, onde se reúne com a ativista pró-democracia Aung San Suu Kyi. Ele será o primeiro líder ocidental importante a visitar o país desde o golpe de Estado de 1962, que deu origem a um longo regime militar na ex-Birmânia.

Há menos de duas semanas, Suu Kyi foi eleita deputada em uma histórica eleição suplementar que marca a redemocratização do país. Estados Unidos e União Europeia cogitam agora relaxar sanções econômicas impostas anos atrás à junta militar.

GLOBO.COM.BR