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Estado descarta ajuda do Exército no combate à dengue em Mato Grosso

11 ABR 2012 • POR • 17h16

A Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (SES) descartou, pelo menos por enquanto, o auxilio de homens do Exército brasileiro no combate à dengue. O pedido foi inicialmente feito pelo Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed), que entregou ao Exército um ofício solicitando que militares ajudassem no controle da doença.

Conforme a assessoria de imprensa da Secretaria, até o dia 20 de abril, ações de controle da dengue serão intensificadas, pois reuniões técnicas foram feitas depois que as prefeituras pediram que o fumacê fosse usado nos municípios de Cuiabá e Várzea Grande, na região metropolitana da capital. Nas reuniões, de acordo com a assessoria de imprensa, ficou decidido que uma força tarefa seria montada para intensificar as ações de combate aos focos de mosquito transmissor da dengue.

Ainda de acordo com a assessoria do órgão, caso os índices da doença não diminuam, o Ministério da Saúde deve orientar o estado a desenvolver novas ações e que a hipótese de pedir ajuda ao Exército nem chegou a ser discutida pelo órgão.

Em entrevista à TV Centro América, o major Fernando de Almeida, chefe de comunicação da 13ª Brigada de Infantaria Motorizada, afirmou que o Exército só auxiliaria no combate à dengue caso o governo do estado fizesse um pedido formal. "Respondemos ao sindicato que a 13ª Brigada possui tropas operacionais em condições de apoiar qualquer iniciativa deste sentido desde que fosse solicitada ou acionada pelos órgãos governamentais competentes", detalhou, ao frisar que a mesma informação também foi repassada ao estado.

De acordo com o major, o Exército possui experiência em auxílios como o solicitado. "Esse apoio se daria mais na maneira preventiva, unindo o esforço da área técnica de saúde dos órgãos competentes com o apoio logístico que nós teríamos condições de fornecer de imediato".

O major Almeida informou ainda que o Exército foi convidado para participar de uma reunião sobre o assunto. "Na próxima sexta-feira haverá uma reunião com as prefeituras, secretários de saúde, Ministério Público e a 13ª Brigada foi convidada a participar", concluiu.

O pedido
O Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed) encaminhou o pedido de auxílio na segunda-feira (9) ao Exército. A presidente do Sindimed, Elza Luiz de Queiroz, disse em entrevista ao G1 que a cidade já vive uma epidemia de dengue que tem superlotado hospitais da rede pública e particular.

Além disso, segundo ela, falta estrutura para combater a doença. "A demanda está grande, não tem leitos e as pessoas chegam a ficar sentadas no chão nos hospitais", pontuou. O último levantamento feito pelo Ministério da Saúde, em janeiro deste ano, apontou que Cuiabá alcançou índices alarmantes do mosquito da dengue. O balanço da Secretaria Estadual de Saúde aponta que de 1º de janeiro a 4 de abril foram registradas 11.531 pessoas com a doença.

De acordo com os dados, Cuiabá responde com 20% dos casos de dengue registrados em Mato Grosso, com 2.421 notificações. No bairro Dom Aquino, em Cuiabá, o índice de infestação do mosquito transmissor da doença chegou a 14%, ultrapassando o índice recomendado pelo Ministério da Saúde, que deve ser de 1%.

GLOBO.COM.BR