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9ª edição da feira do Livro de Joinville abre nesta quinta-feira

12 ABR 2012 • POR • 14h29

Nesta quinta-feira, às 9 horas, as portas do Expocentro Edmundo Dowbrawa serão abertas, revelando um mundo de palavras. Ele está dividido em 25 estandes voltados à venda de livros, além de outros 12 espaços para a venda de revistas, divulgação de escolas e cursos, apresentação de institutos e de projetos públicos.

Neste mundo também habitam escritores, artistas e músicos, que nos próximos dez dias estarão caminhando pelos corredores da 9ª Feira do Livro de Joinville e espalhando o conhecimento por lá. Mas nada disso existirá se não houver uma peça fundamental no processo: os leitores que quiserem viver nestes seis mil metros quadrados de cultura.

- Uma feira do livro não é feita para os escritores, mas para a população. Por isso, espero que as pessoas a frequentem e, principalmente, a comunidade ligada à educação: estudantes, professores, diretores. Para mim, a crise da leitura está ligada à omissão dessas pessoas -, avalia o escritor Alcione Araújo, curador desta edição da Feira do Livro.

Ele é o primeiro a dividir parte do conhecimento com os visitantes da feira: às 19h30, logo depois da solenidade de abertura, o professor, romancista, dramaturgo, cronista e ensaísta ministra a palestra "A Arte da Leitura".

Durante a conversa com o público, Alcione aborda  a relação do homem e da arte ao longo da história, fazendo uma abordagem antropológica e estética.

- Quero discutir porque a arte é necessária -, afirma.

Depois da palestra, o responsável pela programação do evento - como curador, ele foi o idealizador do tema da feira, "Cultura e Educação" e definiu a lista de escritores convidados - também mostrará seu lado escritor ao apresentar sua última obra, o romance "Ventania".

Lançado em 2011 pela editora Record, Alcione já afirmou ser um romance sobre o gosto pela leitura e agora faz o lançamento de "Ventania" em Joinville, com sessão de autógrafos.

Homenagem

A liberdade de buscar livros nas prateleiras não parece novidade, mas em Joinville só começou porque Margareth Drehfal decidiu, em 1984, abrir uma livraria em que os balcões não serviam de barreiras à literatura. A empresária, que foi apoiadora da Feira do Livro de Joinville desde a primeira edição, é a homenageada da edição 2012 da feira e, na solenidade de abertura, receberá o título de "Incentivadora da Leitura".

A homenagem é um reconhecimento de que o Instituto Feira do Livro oferece a empreendedores que contribuíram para o desenvolvimento cultural da cidade.

- Foi gratificante, fiquei bem feliz de receber esse reconhecimento público. Sempre participei do Pró-Ler e apoiei a Feira desde o início - aliás, fazíamos feiras desde antes da criação, levando os livros em escolas e em eventos como o Festival de Dança -, conta Margareth.

O estande da Livraria Midas, que Margareth fundou em 1984 ao lado da sócia Edla Retzlaff, está presente desde a primeira edição da Feira do Livro. Além disso, o trabalho de Margareth contribuiu para incentivar a leitura de crianças e jovens e ajudou a quebrar tabus. Hoje, Margareth  não está mais à frente da livraria.

No início dos anos 1980, quando abriu a livraria, havia preconceito com livros espíritas e maçons.

- As pessoas não colocavam estes livros à disposição, havia um preconceito contra quem os lia. Como não tínhamos balcões, nós os colocamos na exposição e as pessoas puderam se revelar e ter acesso à essa literatura -, conta a homenageada da noite.

DIÁRIO CATARINENSE