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Rebelião de presos em unidade de segurança máxima tem mais de 100 reféns em Aracaju

16 ABR 2012 • POR • 13h17

A rebelião que começou às 14h de domingo no Complexo Penitenciário Advogado Antonio Jacinto Filho (Compajaf), na zona sul de Aracajú (SE), mobiliza mais de 150 policiais civis, militares e agentes penitenciários. Cerca de 470 detentos tomaram as instalações do complexo de segurança máxima durante a visita em um dos pavilhões. Mais de 120 pessoas que entraram no local são mantidas pelos presos no interior da cadeia.

Ao longo da madrugada e manhã desta segunda-feira o clima seguiu tenso. Apesar da conversa constante entre autoridades e presos, a negociação não avança. Depois de terem tomado praticamente todas as áreas internas do Compajaf, os presos entregaram suas principais exigências ao capitão da Policia Militar Marcos Carvalho, especializado em gerenciamento de crises. Os detentos reclamam de maus tratos no interior da cadeia. Pedem ainda mudanças na direção do complexo e mais respeito com as mulheres em dias de visita. Eles ficaram de entregar uma lista com os nomes dos envolvidos nos abusos.

No início da rebelião, três agentes foram dominados. Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública de Sergipe (SSP-SE), houve ação rápida dos integrantes da segurança, o que evitou que outros colaboradores fossem rendidos.

A SSP-SE informou ainda que os internos utilizaram materiais metálicos e madeira para destruir parte das instalações internas da unidade prisional. Ainda no domingo, presos invadiram a sala de armas, onde pegaram escopetas e pistolas de choque. Também atearam fogo em colchões. A energia elétrica chegou a ser cortada, mas depois foi restabelecida.

A negociação conta também com uma comissão composta pelo secretário de Justiça e de Defesa ao Consumidor, Benedito Figueiredo, o secretário de Segurança Púbica, João Eloy de Menezes, o juiz Hélio Mesquita e o promotor José Cláudio, ambos da Vara de Execuções Penais, além de representantes da PM e Defensoria Pública.

Desde ontem, parentes dos internos se reúnem na frente da unidade prisional para acompanhar o desfecho da rebelião.

DIÁRIO CATARINENSE