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Apesar de queda em julho, perspectiva de consumo é favorável em SC

26 JUL 2012 • POR • 22h14

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) caiu em julho em Santa Catarina. Com 122,1 pontos registrados no mês, o índice é 7,2% menor na comparação anual e 17,8% inferior ao mês passado. Ainda assim, o resultado aponta para um segundo semestre positivo para as vendas do comércio, já que a perspectiva de consumo é alta e a ICF continua em um patamar otimista - superior aos 100 pontos.

Na avaliação da Fecomércio SC, a retração se dá em decorrência da intensificação da crise internacional e da percepção dos primeiros sinais de limite do crescimento interno sustentado apenas na ascensão do crédito e no consumo das famílias. Este limite vem impactando negativamente a economia brasileira e se traduzindo em redução do investimento e no menor ritmo de geração de emprego, como foi apontado.  

Além dos aspectos conjunturais, a Pesquisa Fecomércio mostra que o elevado nível de endividamento proporcionou às famílias maior possibilidade de compras a prazo, mas também vem refletindo na preocupação com a inadimplência. As famílias catarinenses estão preocupadas em pagar suas dívidas antigas em vez de assumir novas parcelas. O comportamento se reflete diretamente na baixa registrada na intenção de consumo e afeta principalmente o desempenho das vendas de bens duráveis, dessa vez, com impacto direto na venda - especialmente - de carros novos.

Apesar da maior parte dos itens que compõem a ICF terem apresentado variação negativa em julho, a tendência de crescimento do consumo no segundo semestre deve ser mantida, já que a ICF continua em patamar considerado positivo: 122,1 pontos.

Emprego, renda e consumo atuais

Os subíndices 'emprego atual', 'renda atual' e 'nível de consumo atual' tiveram quedas em julho. Na comparação mensal apresentaram redução de -19,0%; -15,0%; e -15,9%. No comparativo com o mesmo período do ano passado, a retração atingiu - 9,9%; -5,8%; e - 5,2%,  respectivamente.

Para a Fecomércio SC, os sinais negativos tiveram influência direta da queda da ICF e comprovam um sinal de esgotamento do crescimento econômico sustentado exclusivamente pela via do consumo e do crédito. Apesar disso, na análise da entidade, a economia deve reagir aos estímulos fiscais concedidos pelo governo. Se isto se confirmar, o segundo semestre poderá apresentar aceleração na geração de novos empregos e expansão da renda, o que reduziria a inadimplência e, por consequência, traria novo impulso no aumento do consumo das famílias.

Perspectiva profissional

Assim como ocorreu em junho, de novo o item 'perspectiva profissional' apresentou forte queda tanto na variação mensal (-17,3%), quanto na anual (-7,8%). O índice alcançou apenas 88,2 pontos, o que indica um pessimismo das famílias no próprio futuro profissional. Neste ponto, a Fecomércio  SC lembra os efeitos da falta de mão-de-obra qualificada. O problema afeta até mesmo os que estão empregados, que não conseguem crescimento dentro da estrutura das empresas.

Acesso ao crédito

A queda no indicador 'acesso ao crédito' ajuda a explicar o menor consumo atual dos catarinenses. Em julho houve retração de 11,2% na comparação mensal e de 8,2% na variação anual. Entretanto, o patamar de 147,6 pontos é bastante elevado. E as medidas governamentais de diminuição da taxa de juros e facilitação da concessão de crédito devem incentivar os consumidores a trocarem as dívidas caras por dívidas mais baratas, o que tende a melhorar o indicador no médio prazo.

Momento para duráveis

Acompanhando os índices mensais "o momento para os duráveis", geralmente em destaque na ICF recente, também apresentou queda mensal (-37,3%) e anual (-34,5%). Apesar dos 113 pontos registrados, o cenário indica redução na venda de automóveis novos, por exemplo, que já não encontram demanda tão favorável quanto anteriormente.

Perspectiva de consumo

A variação mensal da 'perspectiva de consumo' foi de -5,9%, mas a queda não se repetiu com os números anuais. Na variação com julho de 2011, o saldo é positivo (33,5%) e ajudou a manter o índice nos 149,8 pontos, apontando um segundo semestre com forte ritmo de vendas para o comércio catarinense. O que torna o item 'perspectiva de consumo' o melhor índice da ICF de julho.