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Santa Catarina reivindica medidas para amenizar falta de milho

21 AGO 2012 • POR • 17h20

O grupo de trabalho criado para elaborar um novo projeto de abastecimento de milho para Santa Catarina, composto pela Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e entidades ligadas ao setor produtivo elaborou, ontem, um documento que foi enviado ao governador Raimundo Colombo e ao ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, para que se adotem medidas emergenciais, até 31 de dezembro, para amenizar de falta do grão que afeta a avicultura, a suinocultura e a bovinocultura de leite catarinense.

O secretário de Estado da Agricultura e da Pesca, João Rodrigues, explica que foi sugerido que seja aplicado um subsídio, denominado de Valor de Escoamento do Produto (VEP), com limite de até 4 mil toneladas mês por unidade agroindustrial do Estado. Que seja mantido o VEP de até 1000 toneladas mês anunciado para iniciar na próxima semana que atenderá os pequenos e médios criadores; que seja disponibilizado milho, no Estado de origem, para clientes do balcão, no valor praticado atualmente em Santa Catarina de R$ 21,00 a saca, permanecendo o subsídio do frete e do tributo, além de ser criado um subsídio oferecido ao frete para o farelo de soja. "Essas medidas são emergenciais para a falta de transporte do grão para o Estado. O Brasil tem produção recorde, mas o milho está localizado no Centro Oeste".

Em Santa Catarina, a produção de milho, em safras normais, é de 3,7 milhões de toneladas, valor que não acompanha o consumo estadual do grão, que é de 5,5 milhões de toneladas. Os representantes do Mapa, Conab, Sindicarne (Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados) e do MDA, o milho e o farelo de soja representam mais de 70% do custo de produção destas atividades no Estado. A estiagem reduziu a produção do Estado em 900 mil toneladas, elevando o déficit anual para mais de 2,7 milhões de toneladas. "A situação dos produtores é dramática, chegando-se a observar animais sofrendo e morrendo por inanição ou sendo liberados das granjas para que busquem alimentos no campo, bem como sacrifício de pintos e leitões por falta de condições de alimentação", observa Rodrigues.

O Ministério da Agricultura e a Conab voltaram a salientar que não há um problema de abastecimento de grãos no país, Santa Catarina e Rio Grande do Sul são casos isolados pela redução dos embarques do grão para o Estado. "O estoque da Conab é o maior da história com 14,6 milhões de toneladas. Se não houvesse a crise nos Estados Unidos, nós estaríamos trabalhando com um preço abaixo do mínimo no Centro Oeste".

O secretário João Rodrigues salientou que caso essas medidas não sejam adotadas o preço das aves deve aumentar entre 10% a 20%, além de ocorrer uma redução no número de funcionários e de criadores integrados nas agroindústrias. "Temos que tomar essas medidas emergenciais. É bom lembrar que em setembro começa o período de chuvas no Centro-Oeste, o que impedirá o transporte dos grãos, causando uma situação inusitada no país, onde um Estado sofre com falta de milho e outro terá o milho apodrecendo por não poder escoar".

Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca