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ECONOMIA: Indústria Catarinense mostra sinais de recuperação

9 OUT 2012 • POR • 19h03

A indústria catarinense dá os primeiros sinais de reação no ano, com perspectivas de crescimento da demanda, redução do nível de estoque, que ainda está elevado, e estabilidade no nível de emprego. As informações são da pesquisa indicadores industriais, realizada pela Federação das Indústrias (FIESC), com 200 empresas. No acumulado do ano até agosto, o faturamento real do grupo pesquisado aumentou 10% frente ao mesmo período em 2011.

"Estamos iniciando um período em que normalmente o setor industrial tem um aquecimento de suas atividades. Em agosto tivemos um bom crescimento das vendas em relação a julho (12%) confirmando as expectativas de recuperação da indústria até o final do ano", afirma o presidente da FIESC, Glauco José Côrte.

Apesar da alta nas vendas, os dados do IBGE mostram que a produção industrial do Estado acumula queda de 2,8% até agosto. O descompasso entre produção e vendas se deve à incorporação dos produtos importados ao portfólio de vendas das indústrias, explica Côrte. "Outro fator que explica a diferença é o fato de a indústria ter trabalhado ao longo do ano com estoques elevados e que começaram a ter redução significativa no segundo semestre", diz.

O emprego na indústria de transformação do Estado cresceu 4,4% até agosto, o terceiro melhor desempenho no país. Os dados dos últimos meses, contudo, indicam desaceleração no ritmo de abertura de novas vagas. Para Côrte, a menos que o processo de recuperação da economia seja mais vigoroso até o final do ano, a tendência é de estabilidade no emprego industrial daqui para frente.

De janeiro a agosto, a massa salarial real fechou com alta de 1,8% e as horas trabalhadas na produção se reduziram em 1,4%. Dos 16 segmentos pesquisados, 13 registraram crescimento nas vendas, com destaque para máquinas e equipamentos, que produz a linha branca (31,8%); alimentos e bebidas (14,5%); artigos de plástico (11,5%); máquinas, aparelhos e
materiais elétricos (8%); produtos de madeira (7,7%) e produtos químicos (6,4%). Os setores com desempenho negativo foram produtos metálicos (-18%); material eletrônico e equipamentos de comunicação (-3,4%) e veículos automotores, carrocerias e autopeças (-13%).

Para a FIESC, algumas medidas tomadas ao longo do ano pelo governo, como é o caso da desoneração da folha de pagamento e da redução da taxa básica de juros passarão a ter impacto. "Sempre há algum período de inércia, de 60 a 90 dias, entre a entrada em vigor das medidas e o seu impacto na economia real", diz Côrte. "O que nos parece mais positivo é que devemos entrar em 2013 em ritmo de crescimento. Em 2012 a economia crescerá muito pouco - em torno de 1,5%-, mas as projeções indicam que devemos encerrar o ano num nível de crescimento mais acentuado, apontando para uma boa recuperação em 2013", afirma.