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História de superação e amizade

5 MAI 2021 • POR Da Redação • 16h56

Todos os dias o escriturário do Samae, Denis Augusto Vieira, 43 anos, que mora sozinho no bairro João Pessoa, sai de casa às 5h25. No final do dia ele terá pedalado cerca de 30 quilômetros. Como não tem carro e desde que o melhor amigo morreu de COVID-19, utiliza a bicicleta para ir ao trabalho (do Samae até sua casa são 14,4 quilômetros). Vieira pegava carona todos os dias com Vilmar Machado, 56 anos, que faleceu em março deste ano. Denis também adoeceu e chegou a ficar internado, mas se recuperou. A doença fez muitas vítimas na cidade e atingiu o terceiro amigo do grupo.

Edson José Lourenço (Batatinha), 57 anos, ficou 50 dias no hospital, destes, um mês foi na UTI em estado crítico. Internado no dia 5 de março, Batatinha voltou para casa em 24 de abril. Ele recebe atendimento diário de uma enfermeira e fisioterapeutas. Além dos curativos, precisa fortalecer a musculatura e reaprender a andar.

É aí que entra Denis Vieira, que além de escriturário é fisioterapeuta, e passou a cuidar da recuperação do amigo. Todos os dias ele sai do trabalho às 16h e pedala cerca de seis quilômetros – do Samae até o bairro Ilha da Figueira. O curioso é que a bicicleta que ganhou de Vilmar, foi comprada e reformada pelo Batatinha. O presente foi em retribuição a um notebook que Denis doou para a filha de Vilmar estudar em casa, durante a pandemia.

A vida dos três foi cheia de coincidências. Trabalham na mesma empresa, se tornaram grandes amigos e mesmo acometidos de uma doença grave, continuaram unidos.

“Antes de ser intubado, o Machado se despediu momentaneamente da família ‘ele pensava que iria ficar quatro dias internado’, e pediu para cuidarem do Batatinha e de mim”, recorda Denis.

“O Vilmar era um pai para mim e um irmão para o Edson”, disse.

Disposto a ajudar o amigo a se recuperar, Denis segue firme em seu propósito.

“Minha atitude vem do coração”.

Ainda debilitado e com dificuldade para andar e falar, Edson reconhece o esforço do amigo.

“Eu nasci de novo e isso não tem preço”, disse ao conseguir levantar um dos pés por alguns segundos.

Após duas horas em média atendendo o amigo, e depois de jantar, Denis pedala mais nove quilômetros até a casa onde mora.

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