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ACIJS defende que trecho mais adiantado seja priorizado na duplicação da BR-280

A obra na sua totalidade ainda deve demandar investimentos em torno de R$ 1 bilhão.

15 DEZ 2020 • POR Janici Demetrio • 08h50

A Associação Empresarial de Jaraguá do Sul (ACIJS) realizou na manhã desta segunda-feira (14) reunião com parlamentares da bancada federal catarinense na Câmara de Deputados e Senado, com o objetivo de discutir formas de encaminhamento para a aceleração das obras de duplicação da BR-280 na região.
 
O encontro virtual também reuniu lideranças de federações e de associações empresariais e da AMVALI, representando os municípios do Vale do Itapocu. A principal proposta defendida pela ACIJS é no sentido de encaminhar ao governo federal pleito para que o projeto de duplicação priorize trechos onde os serviços estejam adiantados, contando com recursos de emendas parlamentares, e com isso sejam resolvidos pontos de gargalos mais preocupantes na rodovia.
 
O presidente da ACIJS e do Centro Empresarial, Luis Hufenüssler Leigue, avalia que a reunião é um passo importante para a definição de uma abordagem diferente em relação principalmente ao trecho que compreende o lote 2.1, do km 36,6 ao km 50,74, na sua extensão entre o entroncamento com a Rodovia do Arroz em Guaramirim e a interseção com a BR-101, em Araquari.
 
“Estamos propondo uma priorização de serviços neste trecho, considerando que ele demanda investimentos menores e com isso seja possível acelerar a obra na região”, assinala Leigue. O empresário pondera que o pleito não desconsidera a importância de um planejamento sistêmico da obra em toda a sua extensão de cerca de 74 quilômetros entre o acesso ao porto de São Francisco e a proximidade com o município de Corupá, integrado a um plano geral de mobilidade e logística para Santa Catarina. Mas também entende que ao priorizar um trecho onde os trabalhos estão mais adiantados, a região pode ter uma expectativa mais otimista de prazos e com isso melhorar o fluxo em direção a outras regiões.
 
“Compreendemos a dimensão de toda a obra na sua macro complexidade, mas precisamos ter mais entregas, como é o caso da parte estadualizada que vem sendo executada num bom ritmo e deverá ser concluída em 2021. É importante termos esse olhar para a parte federal, conseguindo atender os trechos mais viáveis e concluí-los mais rapidamente, para numa etapa seguinte enfrentar os pontos mais complexos como é o trecho entre a BR-101 e São Francisco, além do projeto do túnel em Jaraguá do Sul no contorno por fora da área urbana, que envolve um volume maior de recursos”, reitera. 
 
Luis Leigue lembra que o próprio ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, afirmou recentemente que há limitação de recursos e que no orçamento da união para 2021 não há perspectivas de dotações mais significativas que façam a obra ganhar impulso nos três lotes que abrangem a região Norte/Nordeste. O ministro sugeriu que a região se articule para assegurar a destinação de recursos de emendas parlamentares.
 
“Podemos fazer mais com menos, avaliando quais são os trechos mais factíveis para que a obra ganhe corpo e com isso termos entregas concretas, que é o que a região precisa. Em vez de termos serviços a conta-gotas, priorizando os pontos onde os serviços estão bem mais encaminhados, teríamos maior assertividade do projeto, para depois somarmos mais esforços nos pontos que apresentam maior grau de dificuldades”, diz o presidente da ACIJS.
 
Durante a reunião foi exposto que a obra na sua totalidade ainda deve demandar investimentos em torno de R$ 1 bilhão. Para agilizar a duplicação, seriam necessários cerca de R$ 300 milhões por ano, com recursos do orçamento acrescidos de parte das verbas das emendas impositivas que somam R$ 240 milhões. Segundo o senador Jorginho Mello o fórum parlamentar pretende destinar R$ 40 milhões para a rodovia e o mesmo montante para a BR-470, além de valores menores que seriam dedicados a outras rodovias no estado. Jorginho Mello e o senador Esperidião Amin, além dos deputados Carlos Chiodini, Fabio Schiochet e Rodrigo Coelho, se mostraram favoráveis à iniciativa no sentido de dar celeridade à obra, mas sugeriram que o assunto seja pauta de reunião liderada pelo fórum junto ao Ministério da Infraestrutura e à Presidência da República.
 
“Vamos construir esse plano de priorização de maneira articulada com as entidades organizadas e dar encaminhamento à proposta, esperando sensibilizar o governo federal para que tenhamos um novo formato de investimentos neste projeto tão importante para a região. É um pleito justo, considerando que a região contribui muito para a geração de riquezas e na arrecadação federal, mas não tem recebido a contrapartida na mesma proporção”, completa Luis Leigue.