Saúde

Sociedade Brasileira de Hipertensão divulga condutas para prevenção e controle da hipertensão arterial

No Brasil, a hipertensão arterial atinge 32,5% (36 milhões) de indivíduos adultos

8 AGO 2019 • POR Da Redação • 09h55

A Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH) lança nesta quinta-feira (8), durante seu XXVII Congresso, em São Paulo, uma série de recomendações aos médicos e profissionais de saúde, com o objetivo de tentar reverter a incidência da hipertensão arterial A no País. Denominado de Call to Action, o documento traz, de forma didáticas as melhores condutas para o dia a dia da assistência aos pacientes.

Dados

No Brasil, a hipertensão arterial (HA) atinge 32,5% (36 milhões) de indivíduos adultos, mais de 60% dos idosos, contribuindo direta ou indiretamente para 50% das mortes por doença cardiovascular (DCV). Junto ao Diabetes Mellitus, suas complicações (cardíacas, renais e AVE) têm impacto elevado na perda da produtividade do trabalho e da renda familiar, estimada em US$ 4,18 bilhões entre 2006 e 2015. Em 2013 ocorreram 1.138.670 óbitos, 339.672 dos quais (29,8%) decorrentes de DCV, a principal causa de morte no País. O Sistema Único de Saúde (SUS) é responsável por 80% dos atendimentos em suas 35.000 Unidades Básicas de Saúde.

Condutas

Intervenções simples para a hipertensão arterial são possíveis em todos os contextos e podem fortalecer a atenção primária, pondera a SBH. Há evidências de que políticas baseadas prevenção são essenciais, como as mudanças de estilo de vida. As intervenções na HA podem ser modelo para o controle de outros fatores de risco para doença não transmissível. Confira a seguir os prontos do Call to Action.

Seguir as melhores práticas

• Manter-se atualizados com os padrões globais na prevenção e controle da hipertensão arterial.

• Medir a pressão arterial em todas as consultas clínicas relevantes.

• Promover, adquirir e reforçar o uso de monitores validados para a medida da pressão arterial mais precisa da mesma.

• Avaliar o risco cardiovascular de forma objetiva e verificar a presença de lesão de órgão salvo nos pacientes diagnosticados com hipertensão arterial. Tratar todos os riscos cardiovasculares por padrões reconhecidos nacional e internacionalmente.

• Utilizar um algoritmo de orientação simples no diagnóstico e tratamento da hipertensão em todos os pacientes, exceto naqueles que não são adequados para o algoritmo ou com contraindicações.

• Aperfeiçoar os cuidados com foco no paciente, utilizando uma abordagem baseada em equipe, empregando profissionais de saúde não médicos para medida da pressão arterial e realização de outras tarefas.

• Tratar os indivíduos que apresentem pressão arterial de 160/100 mmHg, ou acima, imediatamente, com mudança no estilo de vida e medicação.

• Avaliar, regularmente, a adesão do paciente, e utilizar registros com relato do desempenho.

• Avaliar o paciente quanto à dieta, uso de tabaco, álcool, atividade física e obesidade; e fornecer orientação individualizada, incluindo a parada do tabagismo e redução do consumo de álcool.

• Participar de programas de triagem na comunidade, para medida da pressão arterial, tais como Maio Mês da Medida e Dia Mundial da Hipertensão (17 de maio).

Envolver a Assistência Básica

• Garantir que os profissionais da atenção primária tenham papel central nas estratégias de controle da hipertensão.

• Desenvolver programas de educação que tenham como foco intervenções chave, incluindo o uso de tecnologia, para controle sistemático da hipertensão arterial.

• Fornecer ao paciente os dados de monitoramento domiciliar da pressão arterial, para aumentar a adesão e reduzir a inércia terapêutica.

Empoderamento dos pacientes

Encorajar os pacientes para:

• Seguir estilos de vida saudáveis.

• Ter a pressão arterial verificada regularmente, conhecer e entender seus números.

• Criar uma rotina para a medicação, monitorar as medicações e adesão ao tratamento.

• Conectar-se com os profissionais de saúde por meio de ferramentas digitais e móveis.

• Manter redes sociais de apoio, visto que elas podem melhorar a eficácia do tratamento.

Defender

• Políticas que promovam dietas saudáveis, facilitam a atividade física, reduzam o sódio, diminuam o consume prejudicial de álcool e eliminem o tabagismo e o uso de gordura trans artificial.

• Políticas que assegurem a venda e uso de monitores de pressão arterial automáticos, validados.

• Atualização dos formulários nacionais de medicamentos para garantir a disponibilidade e acessibilidade de medicamentos antihipertensivos de alta qualidade; com ênfase na combinação de medicações em comprimido único de longa ação.

• Treinamento e certificação regular dos profissionais de saúde que fazem a aferição de pressão arterial regularmente.

• Cuidados com foco no paciente, baseados no trabalho de equipe.

• Uso de registros da hipertensão arterial para acompanhamento clínico e retorno do grau de desempenho.

O XXVII Congresso Brasileira de Hipertensão transcorre, em São Paulo, no Hotel Tivoli Mofarrej, de 7 a 9 de agosto, junto ao Congresso da Liga Mundial de Hipertensão (World Hypertension League), com a presença de 21 palestrantes internacionais.

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