Cinco etnias colonizadoras de Jaraguá do Sul serão homenageadas na Câmara nesta terça-feira
De acordo com a historiadora Silvia Toassi Kita, a única das cinco etnias considerada imigrante é a húngara
22 JUL 2019 • POR Camila Silveira Rosa • 11h17Cinco etnias que colonizaram Jaraguá do Sul, serão homenageadas nesta terça-feira (23), na Câmara de Vereadores. A sessão solene acontece a partir das 19 horas e integram a programação de aniversário do município.
As cinco etnias que colonizaram o município são: Movimento de Consciência Negra do Vale do Itapocu (Moconevi) e Comunidade Negra de Jaraguá do Sul (Conejas) – dos afrodescendentes; Centro Cultural Neue Heimat, Centro de Cultura Alemã e Liga dos Grupos Folclóricos – dos alemães; Círculo Italiano, Associazone Bellunesi Nel Mondo Famiglia Jaraguá do Sul e Circolo Trentino Di Nereu Ramos – dos italianos; Associação Húngara de Jaraguá do Sul – dos húngaros; e Associação da Cultura Polonesa – dos poloneses.
De acordo com a historiadora do Arquivo Histórico Eugênio Victor Schmöckel, Silvia Toassi Kita, a única das cinco etnias considerada imigrante é a húngara, pois as famílias vieram direto da Hungria para Jaraguá dos Sul, onde se instalaram na localidade de Garibaldi, 1891. As demais, que se deslocaram para o município de outras regiões do Brasil e de Santa Catarina, são de colonizadores.
A colonização
Os trabalhadores negros chegaram com Emílio Carlos Jourdan (o fundador da cidade), ficaram um tempo nas proximidades do Centro e depois foram transferidos para o Boa Vista e também se instalaram na Vila Lenzi.
Em 1890, vieram os italianos – ficaram na Barra do Rio Cerro e mais tarde foram para Nereu Ramos e Santa Luzia - e os alemães, instalando-se no Rio da Luz e Rio Cerro (vindos de Blumenau) e João Pessoa, Amizade, Três Rios do Sul e Três Rios do Norte (saindo de Joinville).
Os últimos a chegar foram os poloneses, em 1912, que não se concentraram em nenhuma região específica da cidade.
A historiadora conta que foi a administração pública municipal quem incentivou a criação e manutenção das associações étnicas na cidade para a preservação da história e do legado cultural de cada uma delas, como arquitetura, culinária, música e dança, por exemplo.
A primeira entidade foi o Centro Cultural Neue Heimat, criada em 1988. Depois vieram Círculo Italiano de Jaraguá do Sul (1991), Liga dos Grupos Folclóricos de Jaraguá do Sul (1993), Associação Húngara de Jaraguá do Sul (1996), Centro de Cultura Alemã de Jaraguá do Sul (1997), Associazone Bellunesi Nel Mondo Famiglia Jaraguá do Sul (2000), Movimento de Consciência Negra do Vale do Itapocu – Moconevi (2001), Associação da Cultura Polonesa de Jaraguá do Sul (2002), Comunidade Negra de Jaraguá do Sul – Conejas (2004) e Circolo Trentino Di Nereu Ramos (2008).
Silvia destaca que são essas entidades que movimentam a programação cultural de Jaraguá do Sul durante todo o ano com festas típicas em suas sedes e eventos mais abrangentes, como a Schützenfest, Festa Italiana e a Festa Catarinense do Strudel.
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