Taxa alta para consumidor puxa prestações
9 MAI 2019 • POR Vinicius Neder • 08h09A alta nas taxas de juros médias ao consumidor nos três primeiros meses do ano encareceu as prestações para fazer financiamentos, mostra estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), antecipado ao jornal O Estado de S. Paulo.
Nos cálculos da entidade, o custo médio da prestação para financiar R$ 1 mil ficou em R$ 42,38 em março, considerando tanto os juros médios à pessoa física em todas as modalidades quanto o prazo médio, conforme informados pelo Banco Central (BC). Em dezembro, a prestação estava em R$ 40,31.
Se considerada a média das modalidades de crédito à pessoa física para a aquisição de bens, como eletrodomésticos, um financiamento de R$ 1 mil resulta em prestação mensal de R$ 64,18, valor mais baixo desde outubro de 2018.
Segundo o chefe da Divisão Econômica da CNC, Fábio Bentes, no caso do crédito para a aquisição de bens, o alívio no valor da prestação ocorreu porque o prazo médio dos financiamentos se ampliou (de 16,47 meses, em dezembro, para 18,41 meses, em março) e não porque o juro caiu.
Para Bentes, o encarecimento dos financiamentos, combinado a um aumento do endividamento e a uma tendência de alta na inadimplência, pode levar a condições mais restritivas de crédito no fim do ano.
O aumento do endividamento foi captado pela Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da CNC. Na leitura de abril, divulgada terça-feira, 62,7% das famílias entrevistadas disseram ter alguma dívida, ante 62,4% em março e 60,2% em abril de 2018. O nível de abril é o maior desde setembro de 2015.
"Quando o endividamento vem junto com inadimplência ou com baixíssimo crescimento econômico, presume-se que as famílias estão tomando crédito para manter seu consumo", disse Bentes.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.