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Pacote do Governo Federal é bom, mas precisa-se entender a prática de cada benefíciotulo

Rabaiolli analisou alguns dos itens do pacote e comentou, imediatamente, que os R$ 30 mil liberados para financiamento por motoristas “não são suficientes”

22 ABR 2019 • POR Fetranscesc • 08h20

Para o presidente da Fetrancesc, Ari Rabaiolli, o pacote de medidas anunciadas pelo Governo Federal nesta terça-feira, 16 de abril, é positivo, mas é preciso entender a parte prática de cada uma das ações.
 
O líder do Transporte Rodoviário de Cargas de Santa Catarina comentou, ainda, que “tenho a sensação de que é preciso também olhar para as empresas transportadoras, pois fala-se em caminhoneiros, mas esquece-se de que as empresas são responsáveis pelas contratações deles. E, desta forma, é preciso amarrar benefícios e melhorias para o trabalho de ambas as partes, da mesma forma em que nós, empresários, nos preocupamos com nossos colaboradores”.
 
Rabaiolli analisou alguns dos itens do pacote e comentou, imediatamente, que os R$ 30 mil liberados para financiamento por motoristas “não são suficientes”. Ele ressaltou que o valor cobrirá, no máximo, a troca de pneus e pequenos reparos nos veículos. Por exemplo, com o valor médio de um pneu de caminhão em torno de R$ 1,5 mil, ao considerar um rodotrem, que tem 11 eixos (22 pneus), já se somam R$ 33 mil apenas destinados à troca de pneus de um veículo. Isso sem considerar outras manutenções básicas do veículo.
 
Além disso, lembrou que a maioria dos financiamentos sociais, a exemplo do Minha Casa Minha Vida, e financiamentos do sistema financeiro da habitação, impõe pacotes de serviços como, seguros e titulos de capitalização pelos bancos oficiais.
 
Ele acrescentou, inclusive, que “R$ 2 bilhões é bastante coisa para investimento em rodovias e, ao meu ver, é a medida mais valiosa deste pacote”. Comentou, por sua vez, a distribuição destes valores em grande parte para Estados com baixa arrecadação, deixando de lado Santa Catarina, por exemplo, que é o 7º que mais arrecada no Brasil. Citou os entraves nas obras da BRs 470 e 282, além de outras rodovias federais que precisam de manutenção e/ou ampliações em SC e foram deixadas de lado.
 
A construção dos Pontos de Paradas para Motoristas precisa, portanto, ser enaltecida, muito embora venha a ser obrigatória apenas em estradas concessionadas (as que ainda serão entregues à iniciativa privada). “Esta é uma medida que beneficiará a todos os que estão na estrada. No caso do motorista profissional, será a segurança e o conforto que ele precisa para descansar, se alimentar, fazer a sua higiene pessoal em momentos de intervalo do trabalho”, pontuou.
 
Desburocratizar – A criação do documento eletrônico único de transporte também facilitará a vida do transportador e do motorista. “Sem sombra de dúvidas, da mesma forma que a digitalização de outros documentos, a exemplo da CNH e da CRLV (documento do veículo), este documento único será a verdadeira ‘mão na roda’ nas atividades do dia a dia tanto de quem está na estrada quanto de quem está no escritório. Teremos mais controle de dentro para fora e de fora para dentro, além de proporcionar comunicação mais eficiente entre todas as partes envolvidas”, salientou. A desburocratização também vale para a renovação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), que deverá expandir de 5 para 10 anos