ECONOMIA

Taxas futuras de juros disparam com Maia, riscos à reforma e aversão externa

22 MAR 2019 • POR Silvana Rocha • 10h59

A aversão a risco diante dos riscos ao andamento da reforma da Previdência, além do mau humor no exterior em meio a receios de desaceleração global, colocam os juros futuros em alta firme nos primeiros negócios desta sexta-feira, 22, especialmente os prazos mais longos.

O forte avanço do dólar também é precificado pela curva de juros. No radar está o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que ameaçou se afastar da articulação pela reforma da Previdência, pelo menos por enquanto, segundo relato de aliados.

Maia está irritado com os ataques que tem recebido nas redes sociais, com a falta de articulação do governo e com os recentes embates com o ministro da Justiça, Sergio Moro. Maia afirmou a interlocutores não entender porque o núcleo do governo não o defendeu e deixou os ataques aumentarem se ele estava ajudando na articulação.

Maia fez questão de enfatizar que quem pediu urgência na tramitação da proposta da Previdência foi o próprio presidente Jair Bolsonaro. Líderes governistas avaliaram que o eventual afastamento do presidente da Câmara mina um dos únicos canais de interlocução que o Congresso ainda tinha com Planalto.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 disparou 29 pontos-base. O DI para janeiro de 2025 abriu em alta de 27 pontos-base.

Às 9h32 desta sexta, o DI para janeiro de 2020 estava em 6,455%, de 6,355% no ajuste de quinta-feira. O DI para janeiro de 2021 exibia 7,07%, de 6,87%, enquanto o vencimento para janeiro de 2023 avançava para 8,20%, de 7,94% no ajuste anterior. Já o DI para janeiro de 2025 subia a 8,75%, de 8,49% no ajuste da véspera. No câmbio, o dólar à vista estava em alta de 1,81% neste mesmo horário, em R$ 3,8687. O dólar futuro de abril subia 1,99%, aos R$ 3,8695.