Salários

Salário de brasileiro é o que mais cai dos países do G-20

16 DEZ 2016 • POR • 12h31
Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 15, pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), num levantamento publicado apenas a cada dois anos sobre o comportamento dos salários pelo mundo. De acordo com a entidade, a queda no salário real do brasileiro neste ano deve ser de 6,2%. Em 2015, a perda foi de 3,7%. Desde 2012, os números da renda do brasileiro apresentavam um certo crescimento, ainda que abaixo da média mundial. Considerando inflação, o poder aquisitivo do brasileiro aumentou em 4% em 2012, 1,9% em 2013 e 2,7% em 2014. Em termos nominais, a OIT usa dados do IBGE para mostrar que os valores foram de R$ 1,9 mil em média por mês em 2013, R$ 2 mil em 2014 e R$ 2,1 mil em 2015. Já no ano passado, apenas a Rússia e Ucrânia haviam apresentado uma queda mais acentuada que a do Brasil em termos reais. Os dois países viviam ainda os ecos de um conflito armado e sanções. Mas, neste ano registraram estabilização nos salários. No caso do trabalhador brasileiro, a crise se aprofundou ainda mais neste ano. "Os números que estamos vendo não são nada encorajadores", disse Deborah Greenfield, vice-diretora da OIT. Para a entidade, o cenário aponta para uma nova queda em 2017. Segundo a representante da OIT, um dos impactos mais imediatos na queda dos salários no Brasil deve ser a redução do consumo na economia e, claro, na demanda agregada. "A desaceleração de renda tem um impacto muito grande em famílias e isso vai ser sentido em toda a economia", alertou. "Os ganhos dos últimos anos podem sofrer uma erosão", disse. Na avaliação dos especialistas da OIT, os dados brasileiros sugerem que a recuperação do crescimento da economia poderá levar mais tempo que se imagina, diante da perda do poder aquisitivo da população durante pelo menos dois anos.   Agência Estado