Futebol

Brasil-Argentina, um superclássico que atravessa fronteiras

8 NOV 2016 • POR • 14h29
O clássico é um "desses jogos que todos os jogadores sempre querem jogar, são os mais bonitos", afirmou à AFP o zagueiro argentino do Villarreal Mateo Musacchio, que faz parte da dezena de jogadores argentinos que atuam em equipes espanholas e que foram convocados pelo técnico Edgardo Bauza. "O adversário vai ser muito difícil, mas acredito que temos uma grande equipe para jogar bem" tanto contra o Brasil quanto na partida seguinte das eliminatórias diante da Colômbia, dois confrontos importantes para as aspirações argentinas para a Copa do Mundo-2018. A Argentina, atualmente fora da zona de classificação ao Mundial russo, não pode se dar ao luxo de tropeçar nessas duas partidas, mas o jovem meia brasileiro Andreas, vice-campeão do mundo sub-20 em 2015 com a seleção e atualmente no Granada, da Espanha, não acredita que a Argentina sentirá a pressão. "A Argentina pode estar mal", mas "este é o maior jogo da América do Sul, é diferente e nunca se sabe o que pode acontecer", explicou o jogador à AFP. - "Acostumados às críticas" -"É uma partida muito difícil de dizer quem vai ganhar", completou Andreas, cedido por empréstimo nesta temporada ao Granada pelo Manchester United. "É lógico que a situação da seleção nos preocupa", afirmou nesta semana o zagueiro do Barcelona Javier Mascherano, que, contudo, prefere enxergar o lado positivo: "O bom é que por enquanto a classificação à Copa do Mundo da Rússia só depende de nós". "Estamos vivendo uma situação na Argentina com a qual não estamos acostumados, apesar de estarmos habituados às críticas", garantiu o zagueiro do Espanyol Martín Demichelis, após a dura derrota para o Paraguai em casa, na última partida das eliminatórias. Para Musacchio, contudo, isso já ficou para trás: "olhamos para frente, cada jogo é diferente". "Agora temos dois jogos que encaramos pensando apenas na partida, não no que já aconteceu", continuou o jogador do Villarreal, que reconhece que jogos como o clássico contra o Brasil são tema de conversas e brincadeiras com os companheiros de clube e os adversários. "Na minha equipe eu falo do jogo com um brasileiro, o (Alexandre) Pato", mas "sempre de maneira positiva, brincando", explicou Musacchio. O jovem Andreas, de 20 anos, também reconheceu que a partida é tema de conversa no vestiário do Granada. "Com (o argentino Ezequiel) Ponce eu brinco que o Brasil vai ganhar de 5 a 0, que a Argentina está mal, sempre rindo", relatou à AFP o jovem brasileiro, fã de videogame, no qual confessou reproduzir o clássico: "O Brasil sempre ganha", garante. - No campo "não há amigos" -Tanto o argentino como o brasileiro reconhecem que os jogadores, porém, encaram a partida de maneira mais amena do que os torcedores. "É realmente mais tranquilo do que para os torcedores", explicou Andreas, que, contudo, admite que "os jogadores sentem a pressão" assim que entram em campo. "Em um clássico como esse você deixa tudo em campo e lá não há amigos, mas aqui no clube, com os brasileiros, com os colombianos, é muito animado", explicou por sua vez Musacchio. O argentino estará presente no Mineirão para o clássico de quinta-feira, enquanto Andreas, que só enfrentou a Argentina nas categorias de base da seleção, terá que acompanhar a partida pela televisão. "Vou assistir ao jogo com minha família e amigos para torcer muito pelo Brasil", garantiu o jovem meia, que acredita que um dia poderá viver o clássico de dentro de campo. "É um sonho, estrou trabalhando para isso, acho que tenho potencial e se trabalhar muito posse chegar lá", concluiu.