Falta de dinheiro faz mal à saúde, avalia pesquisa junto ao consumidor
11 OUT 2016 • POR • 11h17
O dinheiro pode não trazer felicidade, mas um descompasso financeiro acarreta problemas graves de saúde. Cada vez mais endividados, os brasileiros estão sofrendo com males físicos e mentais como ansiedade, angústia, dificuldades de relacionamento no trabalho e até mesmo depressão. A conclusão é do levantamento nacional realizado com consumidores com dívidas em atraso há mais de 90 dias pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). De acordo com a pesquisa, dois em cada três (65,6%) inadimplentes se sentem deprimidos, tristes e desanimados por deverem e, diante da situação, 16,8% recorrem a vícios como cigarro, comida ou álcool, sobretudo, as pessoas das classes C, D e E (17,5%).
Divulgada ontem, a pesquisa entrevistou 602 inadimplentes em todo o Brasil com dívidas com mais de 90 dias. “O resultado nos mostrou que a consequência do endividamento não é só para o bolso, mas também para a saúde dessas pessoas”, comenta a economista do SPC, Marcela Kawauti. Segundo ela, o levantamento apontou que, depois que entraram na lista de devedores, seis em cada 10 inadimplentes admitiram ficar com a autoestima mais baixa (57,8%). Outros sentimentos que a maioria passou a ter foram: insegurança em não conseguir pagar as dívidas (69,9%), angústia (61,8%), ansiedade (59,8%) e estresse (57,6%). Além disso, quatro em cada 10 inadimplentes (43,9%) sentem-se envergonhados perante a família e amigos por estar nessa situação e 42,5% demonstram em alto grau de preocupação com as dívidas.
Conforme dados do SPC, há atualmente no país 58,8 milhões de endividados e, segundo comenta Kawauti, nessa pesquisa, a depressão, por exemplo, foi diagnosticada depois que as dívidas apareceram. “E, muitas vezes, há um efeito looping em que a pessoa deprimida tenta adquirir algum produto para melhorar, mas acaba gerando outras dívidas”, comenta. Assim, como destaca a economista, o estado emocional do devedor também interfere no modo como ele lida com as suas finanças. “Sentimentos como perda de sono, irritação, baixa autoestima e falta de concentração podem potencializar os problemas, dificultando ainda mais o processo de saída do endividamento.”
As informações são da
Agência Estado