Lava-jato

Temer repreende, mas não demite Moraes por declaração sobre Lava Jato

27 SET 2016 • POR • 13h57
O presidente da República Michel Temer repreendeu, mas se recusou a demitir o ministro da Justiça Alexandre de Moraes por declarações dadas no fim de semana a respeito da Operação Lava Jato. A informação é do jornal Folha de S. Paulo. No domingo (25), Moraes, durante evento de campanha de Duarte Nogueira (PSDB) à prefeitura de Ribeirão Preto, falou que uma nova etapa da operação seria deflagrada nesta semana. "Teve a semana passada e esta semana vai ter mais, podem ficar tranquilos. Quando vocês virem esta semana, vão se lembrar de mim", disse. Segundo a Folha, o ministro e Temer se falaram por telefone na segunda-feira (26). Durante a ligação, de acordo com o jornal, Moraes teria reiterado que quis dizer que as ações da Polícia Federal não iriam parar. Sua ideia também teria sido deixar claro que o governo federal não tem qualquer interferência na Operação. Alexandre de Moraes também teria afirmado que só soube da 35ª etapa da Lava Jato quando a ção da PF já estava em andamento. Temer teria aceitado as explicações do ministro, mas teria o repreendido, pedindo mais cuidado e que pare de dar "declarações desastrosas". De acordo com a Folha, assessores teriam aconselhado o presidente da República a demitir Moraes do cargo. Nesta segunda (26), o ex-ministro Antonio Palocci foi preso pela Polícia Federal nesta segunda na 35ª fase da Lava Jato, batizada de Omertà. Ou seja, Moraes poderia ter 'conhecimento prévio' das ações da PF. Para membros do gabinete de Temer, “pegou muito mal” a declaração de Moraes por diversas razões. Além de um suposto vazamento da operação, a fala de Moraes amplia a crise de comunicação já existente.