Duplicação BR 280

Lideranças regionais do Norte do Estado querem assegurar continuidade da duplicação da BR-280

26 AGO 2016 • POR • 14h46
Durante encontro no escritório da empreiteira Cetenco Engenharia, seguido de uma visita às obras, o supervisor regional do DNIT Antônio Carlos Bessa disse a lideranças empresariais e políticas que se não houver complemento de verbas os serviços no lote 2.2, que inclui o desvio entre Guaramirim e Jaraguá e a construção de um túnel no bairro Vieira com pouco mais de 1 quilômetro de extensão corre sérios riscos de paralisação já a partir de setembro.   Conforme o relato do supervisor do DNIT, os recursos disponíveis não permitem a conclusão dos dois lados do túnel. Um dos lados do túnel já foi perfurado numa extensão de 850 metros, enquanto o outro tem cerca de 450 metros escavados. Para alcançar a mesma extensão, há necessidade de recursos da ordem de R$ 25 a R$ 30 milhões, o que seria possível com uma suplementação de verbas.   “Estes recursos garantiriam que a continuidade da obra até o final do ano, pois restariam para a conclusão total da perfuração cerca de 150 metros. A etapa seguinte, de desapropriação, já está prevista no orçamento do próximo ano”, explicou Antônio Bessa. Ele comenta que a superintendência estadual do DNIT vem articulando com o Ministério dos Transportes para que os recursos sejam assegurados, mas entende que a mobilização da comunidade poderá reforçar o pleito.   O supervisor regional comentou que os dois lotes em execução caminham em paralelo. No trecho correspondente ao lote 2.1, de responsabilidade da Empreiteira Sul Catarinense, os serviços estão condicionados à terraplenagem porque outras obras como construção de pontes e viadutos estão proibidas até que o órgão federal oficialize com a Funai um termo de compensação como forma de apoio à comunidade indígena estabelecida na região. Neste lote o valor é de R$ 134 milhões, sendo que foram faturados apenas R$ 18 milhões. “Mesmo com esse impedimento, os serviços estão sendo realizados, mas não da forma como o DNIT e as empresas desejam”, salientou Bessa.   Já o lote 2.2 que contempla o túnel no bairro Vieira representa um valor mais elevado, de R$ 535 milhões, sendo que a empresa recebeu R$ 80 milhões. Com a dificuldade de recursos, a construtora já realizou cortes de trabalhadores e hoje opera com 40% do quadro. Sem garantia de recursos, novas demissões poderão ocorrer e com isto a interrupção dos serviços que, havendo verba, poderiam ser concluídos num prazo de 3 anos.   Paulo César Chiodini, vice-presidente da Associação Empresarial de Jaraguá do Sul (ACIJS), e Eluísa Maiochi, vice-presidente regional da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc), demonstraram preocupação com a possibilidade de paralisação dos serviços.   “É uma obra reivindicada há tanto tempo, de tamanha importância para a economia da região, com grande impacto para a arrecadação do Estado, que uma notícia desta preocupa. Estamos perdendo investimento por conta desta demora e precisamos ter a garantia de que o governo federal cumprirá com o que foi prometido”, diz Chiodini. Para a vice-presidente da Facisc a situação é lamentável e a entidade não deixará de cobrar uma solução. “Esta é uma prioridade para as entidades empresariais e vamos buscar respostas do Ministério dos Transportes”, afirmou a empresária.   Como resultado do encontro, que contou ainda com as presenças dos prefeitos de Jaraguá, Guaramirim, Schroeder e Corupá, além do secretário de estado Carlos Chiodini, e de outras lideranças, ficou estabelecido que o Fórum Parlamentar Catarinense será acionado para acertar uma audiência com o ministro dos Transportes em caráter de urgência com dois objetivos: em caráter imediato garantir a suplementação de recursos para a continuidade do atual cronograma, e depois a garantia de recursos para 2017.