CPI dos Medicamentos

CPI alerta sobre anabolizantes e suplementos alimentares

14 JUL 2016 • POR • 11h56

Durante a última reunião, realizada na terça-feira (12/07), o médico alertou para a gravidade do consumo de anabolizantes e para o aumento dos casos de adolescente que estão utilizando essas substâncias.

Outro assunto abordado foi o consumo indiscriminado de suplementos alimentares. Um estudo realizado na União Européia demonstra a contaminação desses produtos com substâncias proibidas ou medicamentos, a exemplo da sibutramina e remédios para disfunção erétil. Apesar de não existir estudos a respeito no Brasil o endocrinologista acredita que aqui a situação tende a ser pior. Outros dados apresentados apontam informações sobre a ligação do uso termogênicos com doenças graves, como infarto, falência renal e hepatite.

A situação dos anabolizantes ainda é mais grave, segundo Hohl. “Essas substâncias devem ser utilizadas apenas com indicação específica para pessoas que têm deficiência de testosterona”, comentou o médico. Segundo ele quando os anabolizantes são utilizados por pessoas com os níveis normais desse hormônio, as consequências tendem a ser gravíssimas para a saúde. “Tem pessoas que tomam doses até 60 vezes mais que o corpo produz”, disse.

Da mesma forma, o uso de anabolizantes para animais é outro problema grave. “Estamos cansados de receber pacientes no Hospital Universitário da UFSC que usam essas substâncias. E não há controle nenhum sobre a venda, a comercialização desses produtos”, alertou. Hohl afirmou que cada dia mais pessoas com menos de 18 anos vão ao consultório, levados pelos pais. Além da maconha, da cocaína, o anabolizante também entra nessa lista de substâncias que os pais encontram nos quartos dos filhos. “São casos assustadores”, completou.

O presidente da CPI, deputado Dr. Vicente Caropreso (PSDB), destacou a importância do depoimento de Hohl. “Está ficando cada vez mais clara a incapacidade do Estado em ter controle sobre essa situação”, disse. “Mais uma vez a CPI contribui de forma efetiva para o esclarecimento e para a informação da população”, finalizou.