Fosfoetanolamina

Morador de Jaraguá consegue na Justiça tratamento contra o câncer

13 JUL 2016 • POR • 14h30

A determinação ocorreu na última quarta-feira (7), através de uma liminar expedida pelo juiz Luiz Carlos Sartorelli da Comarca de Cravinhos, São Paulo. Ainda na semana passada, a empresa DTP Pharma liberou a substância que chegou em Jaraguá na segunda-feira (11) através do Correio. A advogada Ghazaleh Parham Fard dá mais detalhes.[jwplayer mediaid="286022"]

Inicialmente o paciente recebeu 45 gramas da substância em capsulas. Quantidade suficiente para 30 dias de tratamento. No entanto, deve receber mais 30 gramas nos próximos dias.

O paciente que não teve o nome revelado, foi diagnosticado com câncer no tórax no fim do ano passado. Desde então tem acompanhamento médico e já fez algumas sessões de quimioterapia.

Desenvolvida pela Universidade de São Paulo em São Carlos para o tratamento de tumor maligno, a substância é apontada como possível cura para diferentes tipos de câncer, mas não passou por esses testes em humanos e não tem eficácia comprovada, por isso não é considerada um remédio. Ela não tem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e seus efeitos nos pacientes ainda são desconhecidos.

Em abril, a USP fechou o laboratório que produzia a substância. A fosfoetanolamina passou a ser produzida no laboratório DTP Pharma  em Cravinhos (SP), autorizado a produzir a substância para análises clínicas.

Em maio, o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu a lei sancionada  em abril pela presidente afastada Dilma Rousseff que permitiria o uso do composto antes da conclusão dos testes clínicos.

No início de junho, um teste feito com 40 camundongos, pesquisadores demonstraram que a fosfoetanolamina foi capaz de reduzir em 34% o tamanho de tumores de pele nos animais que a ingeriram durante 24 dias, uma vez ao dia.

Em novos testes divulgados no mês passado o Centro de Inovação e Ensaios Pré-Clínicos (CIEnP) apontou baixa eficácia contra as células de câncer de pâncreas ou melanoma. Neste caso, a quantidade administrada foi menor que a recomendada por Gilberto Chiere, o criador da substância.