Mercado

Oferta de leite cai e preço sobe no mercado catarinense

21 JUN 2016 • POR • 13h22
As condições climáticas afetaram diretamente o mercado de lácteos. O excesso de chuvas no Sul do Brasil e a seca no Centro-Oeste reduziram a oferta de leite no mercado interno, forçando para cima os preços dessa matéria-prima. Refletindo essa situação altista, o Conselho Paritário Produtor/Indústria de Leite do Estado de Santa Catarina (Conseleite) anunciou nesta semana os novos valores de referência para este mês com aumento de 7 a 9 centavos (ou 7%) sobre os preços do mês anterior. O Conseleite projetou assim os valores para este mês de junho: leite acima do padrão aumenta 9 centavos e vai para R$ 1,4085; leite padrão aumenta 8 centavos para R$ 1,2248 e leite abaixo do padrão aumenta 7 centavos par R$ 1,1135. O vice-presidente do Conseleite e também vice-presidente regional da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (FAESC) Adelar Maximiliano Zimmer observa que a diminuição na oferta, decorrente basicamente da menor produção de leite, deve manter-se nos próximos meses, confirmando o viés de alta. O produtor e membro do Conseleite/SC José Araújo aponta outros motivos que também contribuíram com a redução da produção de leite: o clima prejudicou a recuperação das pastagens, o custo da nutrição subiu muito e muitos criadores venderam parte do plantel de vacas leiteiras para abate em razão da forte valorização da carne bovina. Araújo prevê que o preço do leite no varejo continuará em alta pelo menos até setembro, quando as pastagens começam a melhorar e a produção reagirá. “Os preços não baixarão nos próximos meses porque, além da escassez da matéria-prima, os custos de produção se manterão elevados”, acrescenta. “Os preços praticados pelas indústrias na aquisição da matéria-prima leite dos produtores rurais subirão, mas os custos também acompanharão essa escalada”, prevê o vice-presidente regional da FAESC. Energia elétrica, combustíveis, rações e insumos encareceram intensamente nos últimos 12 meses. Consolida essa tendência o preço anunciado para junho pela Coopercentral Aurora Alimentos, uma das maiores processadoras de leite da região,  no Grande Oeste Catarinense de R$ 1,45 por litro na aquisição de leite dos produtores cooperados. Santa Catarina é o quinto produtor nacional, o Estado gera 2,8 bilhões de litros/ano. Praticamente todos os estabelecimentos agropecuários produzem leite, o que gera renda mensal às famílias rurais e contribui para o controle do êxodo rural. O oeste catarinense responde por 73,8% da produção. Os 80.000 produtores de leite (dos quais, 60.000 são produtores comerciais) geram 7,4 milhões de litros/dia.     Fonte: EconomiaSC